quinta-feira, 9 de julho de 2015

Sentados à Mesa


Sempre desejei ter um lar onde não houvesse rádio, televisão ou telefones. Consegui! A mesa é um lugar sagrado, de oração, de confronto, de perdão, de harmonia, de comunhão, de decisão, de bem-estar, de delicia, para rir e chorar.

Há famílias que têm esta importante componente familiar completamente desestruturada. Cada um come às horas que quer, não se falam, são invadidos por agentes exteriores, os telefones que tocam preferencialmente nessa hora sagrada.

Vale a pena percorrer a Bíblia para descobrir alguns momentos importantes que através dos diferentes personagens bíblicos podemos adquirir quando nos sentamos à mesa com alguém. Também, ao percorrer os diferentes cenários de mesas, percebemos que há assuntos que são para ser resolvidos antes de nos sentarmos à mesa, outros podem ser resolvidos durante a refeição e outros ainda, só se resolvem depois do repasto.

I. A mesa de Abraão.


A primeira vez que tomamos consciência da importância de uma refeição é através de Abraão:

Genesis 14:18-20 “Ora, Melquisedeque, rei de Salém, trouxe pão e vinho; pois era sacerdote do Deus Altíssimo; e abençoou a Abrão, dizendo: bendito seja Abrão pelo Deus Altíssimo, o Criador dos céus e da terra! E bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou os teus inimigos nas tuas mãos! E Abrão deu-lhe o dízimo de tudo.”

O episódio está relacionado com  um homem que tinha um relacionamento com Deus e de quem Deus era amigo. Melquisedeque, aquele que aparece “do nada” e sem geneologia, aparece para uma celebração de comunhão.

À mesa, portanto, abençoamos, os que estão presentes, pelo Deus Altíssimo. A partir de “bênção” divina, de quem recebemos toda a provisão para a nossa subsistência, tudo pode ser usufruído e negociado.

Não comece nenhuma refeição sem invocar a bênção do altíssimo agradecendo também a sua provisão.

No capítulo 18 (versos 2 – 9) Abraão é mais uma vez abençoado durante uma refeição em que lhe apareceram três homens, um dos quais lhe promete um filho – Isaque.

No capítulo 19 há mais uma refeição de dois anjos e Lot (provavelmente 2 dos 3 que visitaram Abraão) mas para anunciar a destruição de Sodoma e Gomorra.

II. A mesa de José.

A refeição de reencontro de José com os seus irmãos é a minha preferida. É uma refeição de memórias e de dor.

Génesis 43:32-34 “Serviram-lhe, pois, a ele à parte, e a eles também à parte, e à parte aos egípcios que comiam com ele; porque os egípcios não podiam comer com os hebreus, porquanto isso é abominação aos egípcios. Sentaram-se diante dele, o primogénito segundo a sua primogenitura, e o menor segundo a sua menoridade; do que os homens se maravilhavam entre si. Então ele lhes apresentou as porções que estavam diante dele; mas a porção de Benjamim era cinco vezes maior do que a de qualquer deles. E eles beberam, e se regalaram com ele.

Se pararmos para refletir um pouco na disposição das mesas verificamos que José estava sentado à frente deles numa mesa à parte e os seus irmãos estavam numa disposição por idades. Não sabemos se essa ordem era aplicada na casa de Jacó mas dá para perceber claramente a memória de saudade com que José foi acometido naqueles momentos. As expressões de cada um deles, as suas vozes, a sua satisfação e uma presença especial: o filho da sua mãe Benjamim, de quem José foi privado de assistir ao crescimento como um irmão mais novo.

José não parece ter ficado ainda satisfeito com a experiência e manda-os embora, mas por pouco tempo.

Também são assim muitas das nossas refeições. De boas e más memórias.

III. A mesa do tabernáculo.

A primeira vez que aparece a palavra “mesa” na bíblia é nas instruções para a construção do primeiro tabernáculo no deserto:

Êxodo 25:23 “Também farás uma mesa de madeira de acácia; o seu comprimento será de dois côvados, a sua largura de um côvado e a sua altura de um côvado e meio.”

Êxodo 25:30, 35 “E sobre a mesa porás os pães da o proposição perante mim para sempre. colocarás a mesa fora do véu, e o candelabro defronte da mesa, para o lado sul do tabernáculo; e porás a mesa para o lado norte.”

Sobre a mesa, os pães; e em frente da mesa o candelabro.

O pão era sem fermento. Este pão às vezes é chamado de “pão da preposição”, porque seu significado literal é “pão da face”, isto é, pão partido diante da face ou presença de Deus.

O propósito do candelabro era dar luz à mesa dos pães. A mesa nunca deveria deixar de estar iluminada para lembrar ao povo o pão que dá a vida e a luz que alumia o mundo.

Uma mesa, portanto, não precisa só de pão, precisa de luz também! Se houver luz na mesa, haverá harmonia, haverá paz, haverá prosperidade. Se faltar a luz poderá faltar o amor e em última instância faltará também o pão.

O pão, ao ser tomado pelos sacerdotes, santificava-os. Santidade = separação. O sacerdote ao apresentar-se para comer o pão teria que comparecer limpo de pecado.

I Coríntios 11:28 “Examine-se, pois, o homem a si mesmo, e assim coma do pão e beba do cálice”.

Não seja zeloso APENAS por se apresentar na mesa da ceia isento de culpa. Sente-se também à mesa da sua casa limpo de coração para que a bênção de Deus seja estabelecida no seu lar.

IV. A mesa de Saul

I Samuel 20:34 “Pelo que Jônatas, todo encolerizado, se levantou da mesa, e no segundo dia do mês não comeu; pois se magoava por causa de Davi, porque seu pai o tinha ultrajado.”

A mesa de Saul é uma mesa com falta de luz. Saul andava “paranóico” a perseguir David e a sua mesa era um palco de suspeições e maquinações.

Um dos indicadores de “estado de guerra” naquela mesa era uma lança ao alcance da mão de Saul. A presença daquela lança intimidava qualquer um que se sentasse à mesa. Não sabemos quantas vezes Saul terá agarrado a lança.

I Samuel cap. 18 a 20 diz-nos que Saul pegou na lança para acertar em David e duas dessas vezes aconteceram à mesa.

Quantos hoje em dia não se sentam à mesa nos seus lares com a sua família armados até aos dentes prontos a desferir um primeiro ataque contra o ente querido mais próximo…
- A comida não tem sal.
- A comida tem sal a mais.
- Não gosto desta comida.
- Sempre a mesma comida.
- Não fazes nada de jeito.
- Estou farto de dizer que quero o arroz mais solto.
- Não gosto de peixe.
- Quando estou à mesa quero prestar atenção às notícias.

Quando não há luz na mesa as trevas tomam conta dos corações e em vez de um prato de consolo ou de um vinho que nos alegre temos antes vontade de não comparecer à mesa e porventura ficamos até sem apetite para comer.

V. As diferentes mesas de David:

David experimentou várias mesas. Primeiro, David tem uma experiência na casa de seu pai Jessé que como se sabe era descendente de boas famílias.

I Samuel 16:11-13 “Disse mais Samuel a Jessé: São estes todos os teus filhos? Respondeu Jessé: Ainda falta o menor, que está apascentando as ovelhas. Disse, pois, Samuel a Jessé: Manda trazê-lo, porquanto não nos sentaremos até que ele venha aqui. Jessé mandou buscá-lo e o fez entrar. Ora, ele era ruivo, de belos olhos e de gentil aspecto. Então disse o Senhor: Levanta-te, e unge-o, porque é este mesmo. Então Samuel tomou o vaso de azeite, e o ungiu no meio de seus irmãos; e daquele dia em diante o Espírito do Senhor se apoderou de Davi. Depois Samuel se levantou, e foi para Ramá.

Esta é a única referência relativamente “a mesa” na casa de Jessé. Samuel recusou sentar-se à mesa até que David chegasse (e o ungisse como rei). Que conversas terão havido à mesa com Jessé e os seus filhos depois de uma “visita de paz” à cidade de Belém por parte do profeta mãos proeminente em Israel? Uma das frases chave pode muito bem ter sido: “O que aconteceu hoje aqui não pode ser revelado lá fora”

E os vizinhos de Jessé que deram pela presença de Samuel?

E tem que ser assim mesmo. Muitas das conversas que temos à mesa não podem sair dali. São conversas de família. São conversas de sonho. São conversas de exercício de formas de agir e de disciplina também.

Da mesa de Jessé David passa a comer na mesa de Saul e experimenta uma diferença abismal. Enquanto na casa do seu pai haveria harmonia e ordem, na mesa de Saul havia barafunda e desordem.

Da mesa de Saul, David tem que se ausentar sem aviso prévio e passados três dias encontramo-lo no tabernáculo a pedir ajuda ao Sacerdote Aimeleque. Que contraste. David salta de uma mesa de contenda para uma mesa de misericórdia e come o pão “diante de Deus”, o pão da face de Deus, o pão da presença de Deus.

Haverá melhor mesa para um homem que foge aflito com alguns dos seus amigos?

I Samuel 21:6 “Então o sacerdote lhe deu o pão sagrado; porquanto não havia ali outro pão senão os pães da proposição, que se haviam tirado de diante do Senhor no dia em que se tiravam para se pôr ali pão quente.”

Sem querer fazer “mística” com esta sucessão de episódios é óbvio ter que referir que David estava a precisar de algo do género, como, “Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos; unges com óleo a minha cabeça, o meu cálice transborda.” Salmo 23:5

David estava a precisar do consolo físico porque estava com fome. Mas ao recorrer ao “lugar onde Deus habita”, ele certamente, encontrou satisfação espiritual porque diante daquele pão que lhe foi oferecido estava uma luz que assinalava uma presença especial que ele conservada na sua vida desde que foi ungido para ser o rei de Israel.

Eu não sei, dos que estão aqui presentes, quantos tipos de mesas você já experimentou. Provavelmente agora desfila na sua memória todas as mesas em você já se sentou para comer e as pessoas que já se sentaram consigo à mesa. Umas foram mesas de delícias, outras terão sido mesas de ervas amargas.

Deus hoje quer que te sentes numa mesa nova.

Nem sempre as mesas em que David se sentou foram mesas de alegria mas há uma em especial que é significativa.

II Samuel 9:11 “Respondeu Ziba ao rei: Conforme tudo quanto meu senhor, o rei, manda a seu servo, assim o fará ele. Disse o rei: Quanto a Mefibosete, ele comerá à minha mesa como um dos filhos do rei.”

Mefibosete era neto do seu arqui-inimigo Saul e filho do seu amigo íntimo Jónatas. Mefibosete vivia atemorizado em Lo-Debar, terra de sequidão e usurpado de parte dos seus bens que tinham sido transferidos para a corte de David.

Esta história de redenção de um coxo atemorizado e pobre a quem é restituído o lugar numa mesa repleta de abundância é um retrato do que Deus quer fazer consigo hoje: “… ele comerá à minha mesa como um dos filhos do Rei”.

No fim dos seus dias encontramos David a recomendar ao seu sucessor Salomão quem ele deveria sentar à sua mesa: I Reis 2:7 “Mas para com os filhos de Barzilai, o gileadita, usa de benevolência, e estejam eles entre os que comem à tua mesa; porque assim se houveram comigo, quando eu fugia por causa de teu irmão Absalão.”

“A tua mulher será como a videira frutífera, no interior da tua casa; os teus filhos como plantas de oliveira, ao redor da tua mesa.” Salmo de David 128:3

VI. As mesas de Jesus.

Jesus é o personagem bíblico com o maior número de refeições registadas. Encontramos Jesus num casamento, em refeições com os seus discípulos, a comer com cobradores de impostos e outros excluídos pecadores, a comer pão e peixe na praia com as multidões, a contar sobre uma parábola de bodas em favor dos desfavorecidos e depois de ter ressuscitado, há relatos de pelo menos duas ocasiões em que se apresentou para comer.



Lucas 24:28-31 “Quando se aproximaram da aldeia para onde iam, ele fez como quem ia para mais longe. Eles, porém, o constrangeram, dizendo: Fica conosco; porque é tarde, e já declinou o dia. E entrou para ficar com eles. Estando com eles à mesa, tomou o pão e o abençoou; e, partindo-o, lho dava. Abriram-se-lhes então os olhos, e o reconheceram; nisto ele desapareceu de diante deles.”


João 21:4-14 “Mas ao romper da manhã, Jesus se apresentou na praia; todavia os discípulos não sabiam que era ele. Disse-lhes, pois, Jesus: Filhos, não tendes nada que comer? Responderam-lhe: Não. Disse-lhes ele: Lançai a rede à direita do barco, e achareis. Lançaram-na, pois, e já não a podiam puxar por causa da grande quantidade de peixes. Então aquele discípulo a quem Jesus amava disse a Pedro: Senhor. Quando, pois, Simão Pedro ouviu que era o Senhor, cingiu-se com a túnica, porque estava despido, e lançou-se ao mar; mas os outros discípulos vieram no barquinho, puxando a rede com os peixes, porque não estavam distantes da terra senão cerca de duzentos côvados. Ora, ao saltarem em terra, viram ali brasas, e um peixe posto em cima delas, e pão. Disse-lhes Jesus: Trazei alguns dos peixes que agora apanhastes. Entrou Simão Pedro no barco e puxou a rede para terra, cheia de cento e cinquenta e três grandes peixes; e, apesar de serem tantos, não se rompeu a rede. Disse-lhes Jesus: Vinde, comei. Nenhum dos discípulos ousava perguntar-lhe: Quem és tu? sabendo que era o Senhor. Chegou Jesus, tomou o pão e deu-lho, e semelhantemente o peixe. Foi esta a terceira vez que Jesus se manifestou aos seus discípulos, depois de ter ressurgido dentre os mortos.”

As mesas onde Jesus come tem matéria suficiente para uma ministração só mas hoje quero destacar os eventos que sucederam após essas refeições, ou as lições que tiramos da Sua presença naqueles locais.

A. As bodas de Caná.

No casamento das bodas de Caná é que… João 2:11 “Assim deu Jesus início aos seus sinais em Caná da Galiléia, e manifestou a sua glória; e os seus discípulos creram nele.”

Portanto, temos um bom começo. Se queremos mudar o ambiente na mesa da nossa casa a pergunta é se crês que Jesus pode trazer alegria ao teu lar. A presença de Jesus naquele casamento fez toda a diferença, Ele poupou os noivos e a sua família de passarem por vergonha e exposição pública.

E pode ser o caso de alguém que esteja aqui. As desavenças na mesa da sua casa já passaram para fora de portas, já não são segredo para ninguém e se porventura ainda estão ocultas, é uma questão de tempo.

Convida Jesus para ser a luz na tua mesa antes que seja tarde demais.

B. O publicano Zaqueu.

Quando Jesus entra da casa de Zaqueu, (teremos poucas dúvidas para duvidar que a sua entrada em casa provocou uma refeição) o resultado foi a Salvação da sua vida e a mudança do seu carácter.

Lucas 19:5-9 “Quando Jesus chegou àquele lugar, olhou para cima e disse-lhe: Zaqueu, desce depressa; porque importa que eu fique hoje em tua casa. Desceu, pois, a toda a pressa, e o recebeu com alegria. Ao verem isso, todos murmuravam, dizendo: Entrou para ser hóspede de um homem pecador. Zaqueu, porém, levantando-se, disse ao Senhor: Eis aqui, Senhor, dou aos pobres metade dos meus bens; e se em alguma coisa tenho defraudado alguém, eu lho restituo quadruplicado. Disse-lhe Jesus: Hoje veio a salvação a esta casa, porquanto também este é filho de Abraão.”

Queridos amigos, a mudança não acontece só porque cremos em Jesus. A mudança na nossa casa, na nossa mesa, ocorre quando o nosso carácter muda. O nosso carácter só muda quando abrimos o nosso coração e para isso Jesus tem que entrar e sentar-se à nossa mesa, ter comunhão connosco, fazer-nos sentir o que está errado na nossa vida.

Muitas pessoas crêem em Jesus mas não descem da figueira. Não descem da sua altivez, da sua arrogância, do seu preconceito. Por conseguinte a sua desconfiança irá preservar intacta também a sua tristeza.

O verso 6 diz que Zaqueu desceu com toda a pressa e recebeu-o com alegria….

C. A multiplicação dos pães.

No dia seguinte ao milagre da multiplicação Jesus aparece em Cafarnaum onde é procurado por alguns dos que estiveram presentes no dia anterior na multiplicação dos pães e dos peixes.

João 6:26-27 “Respondeu-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo que me buscais, não porque vistes sinais, mas porque comestes do pão e vos saciastes. Trabalhai, não pela comida que perece, mas pela comida que permanece para a vida eterna, a qual o Filho do homem vos dará; pois neste, Deus, o Pai, imprimiu o seu selo.”

O estranho aqui é que Jesus é procurado por motivo do alimento natural e não pelos sinais que revelam a pessoa que ele É. Mas as pessoas não andam atrás dos milagres? Sim, também. Mas nem sempre os milagres são a razão pela qual as pessoas se convertem ou mudam.

E é assim o comportamento de muitos: querem a sua bênção mas não querem a sua luz. Querem a sua barriga cheia mas não querem converter-se mudando o seu carácter.

O discurso que se segue é sobre o pão que dá a vida:

João 6:48-56 “Eu sou o pão da vida. Vossos pais comeram o maná no deserto e morreram. Este é o pão que desce do céu, para que o que dele comer não morra. Eu sou o pão vivo que desceu do céu; se alguém comer deste pão, viverá para sempre; e o pão que eu darei pela vida do mundo é a minha carne. Disputavam, pois, os judeus entre si, dizendo: Como pode este dar-nos a sua carne a comer? Disse-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo: Se não comerdes a carne do Filho do homem, e não beberdes o seu sangue, não tereis vida em vós mesmos. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia. Porque a minha carne verdadeiramente é comida, e o meu sangue verdadeiramente é bebida. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele.

Jesus afirma que é o pão que desceu do céu. Ora o pão que eles reconheciam como sagrado era “os pães da mesa da proposição” e o maná que os sustentou no deserto.

Como o discurso se tornou duro demais e com este sinal Jesus mais uma vez estava a manifestar que Ele era o Messias, o Filho de Deus, o espírito de alguns ficou tão transtornado que escandalizaram-se e outros deixaram-no.

Philip Yancey demonstra este comportamento desta forma: “A evidência em que isto se transforma é: “os israelitas são uma demonstração de que os sinais só nos conseguem tornar viciados em sinais, não em Deus”

Hebreus 9:11,12 “Mas Cristo, tendo vindo como sumo sacerdote dos bens já realizados, por meio do maior e mais perfeito tabernáculo (não feito por mãos, isto é, não desta criação) e não pelo sangue de bodes e novilhos, mas por seu próprio sangue, entrou uma vez por todas no santo lugar, havendo obtido uma eterna redenção.”

C. Jesus lava os pés aos discípulos.

Uma das refeições mais bonitas é aquela em que depois de cear Jesus lava os pés aos discípulos.

João 13:2-5 “Enquanto ceavam, tendo já o Diabo posto no coração de Judas, filho de Simão Iscariotes, que o traísse, Jesus, sabendo que o Pai lhe entregara tudo nas mãos, e que viera de Deus e para Deus voltava, levantou-se da ceia, tirou o manto e, tomando uma toalha, cingiu-se. Depois deitou água na bacia e começou a lavar os pés aos discípulos, e a enxugar-lhos com a toalha com que estava cingido.”

Jesus lavou os pés enquanto decorria a refeição. Porque não lavou antes? Simplesmente porque a questão não era lavar o corpo mas lavar o coração.

- A questão não é se ajudas ou não a arrumar a mesa e a lavar a loiça depois do banquete. A questão, é que se muito mais para além de uma refeição, tu és capaz de fazer algo ainda mais difícil.

- A questão, é que se para além da refeição com que fomos servidos, nós somos capazes de servir refeições a outros;
- A questão, é que se para além da refeição, o nosso coração é um só, a ponto de, quando as dificuldades maiores surgirem, sermos capazes de nos manter unidos até ao fim;
- A questão é, se apenas te sentas à mesa ou fazes parte, intrínseca, como corpo, dos restantes.

Esta é a diferença que faz uma mesa completa com todos os ingredientes. Não importa se a tua mesa é farta, importa muito mais se a tua família é unida. Os discípulos de Jesus e todos os restantes que conviveram com ele tiveram a oportunidade de comer pão diante da Luz que ilumina o mundo.

Lucas 22:19 “E tomando pão, e havendo dado graças, partiu-o e deu-lho, dizendo: Isto é o meu corpo, que é dado por vós; fazei isto em memória de mim.”

VII. As bodas do cordeiro.

Mateus 22:2-13 “O reino dos céus é semelhante a um rei que celebrou as bodas de seu filho. Enviou os seus servos a chamar os convidados para as bodas, e estes não quiseram vir. Depois enviou outros servos, ordenando: Dizei aos convidados: Eis que tenho o meu jantar preparado; os meus bois e cevados já estão mortos, e tudo está pronto; vinde às bodas. Eles, porém, não fazendo caso, foram, um para o seu campo, outro para o seu negócio; e os outros, apoderando-se dos servos, os ultrajaram e mataram. Mas o rei encolerizou-se; e enviando os seus exércitos, destruiu aqueles homicidas, e incendiou a sua cidade. Então disse aos seus servos: As bodas, na verdade, estão preparadas, mas os convidados não eram dignos. Ide, pois, pelas encruzilhadas dos caminhos, e a quantos encontrardes, convidai-os para as bodas. E saíram aqueles servos pelos caminhos, e ajuntaram todos quantos encontraram, tanto maus como bons; e encheu-se de convivas a sala nupcial. Mas, quando o rei entrou para ver os convivas, viu ali um homem que não trajava veste nupcial; e perguntou-lhe: Amigo, como entraste aqui, sem teres veste nupcial? Ele, porém, emudeceu. Ordenou então o rei aos servos: Amarrai-o de pés e mãos, e lançai-o nas trevas exteriores; ali haverá choro e ranger de dentes.”

Há um convite que não pode deixar de ser feito. O Rei quer que te sentes com ele à mesa.

Apocalipse 19:7-9 “Regozijemo-nos, e exultemos, e demos-lhe a glória; porque são chegadas as bodas do Cordeiro, e já a sua noiva se preparou, e foi-lhe permitido vestir-se de linho fino, resplandecente e puro; pois o linho fino são as obras justas dos santos. E disse-me: Escreve: Bem-aventurados aqueles que são chamados à ceia das bodas do Cordeiro. Disse-me ainda: Estas são as verdadeiras palavras de Deus.”

VIII. Momento para reflexão.


1. Vamos reflectir um pouco sobre a mesa de refeição na nossa casa. Que seja uma mesa iluminada pela presença de Jesus e da qual resulte bem estar para todos os que nela se satisfazem.

2. Vamos reflectir um pouco sobre aquilo que desejamos que aconteça na nossa vida depois que Jesus toma o lugar que lhe pertence na nossa mesa, no nosso lar.

3. Agora precisamos de reflectir se estamos preparados para ter lugar nas bodas do Cordeiro, quando Jesus voltar, pois Ele que todos nós nos sentemos também à sua mesa.

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