sábado, 11 de abril de 2015

Um animal não é um brinquedo


Um animal não é um brinquedo, não o dê a uma criança. Os brinquedos partem-se em quedas ou acidentes como resultado do temperamento das crianças ou do seu estado pontual de irritação e birras.

Naturalmente que há crianças e crianças, pois elas também são o resultado da educação e exemplo que os pais lhes transmitem, e claro da vigilância que exercem sobre elas.

Os brinquedos mais sofisticados têm um manual cujos instruções também se destinam a preservar a segurança do seu utilizador. Muitos pais querem atender ao capricho dos seus filhos mas não conhecem minimamente as consequências do mau uso de um ser animal de pequeno porte, quiçá bebé.

Não somos criadores nem pretendemos ser, apenas usufruímos dos nossos animais como parte do nosso bem-estar pois contribuem para aliviar o nosso stress do dia-a-dia. A primeira ninhada do nosso casal de “Bichons-Maltez” foi planeada mas a segunda foi um descuido nosso e esperamos não voltar a ter estas experiências fora do nosso controlo. Mas uma vez que os animais estão cá fazemos questão de os entregar a quem saiba cuidar deles ou então que tenha vontade de aprender pois também não é assim tão difícil.

Mas antes de mais, deixem-nos partilhar três dicas importantes pelas quais não desejamos que os nossos animais sejam entregues a famílias com crianças pequenas:

Por motivo do bem-estar do animal.

Esta questão vem em primeiro lugar porque esse é o motivo deste artigo: um animal não é um brinquedo! As crianças são imprevisíveis nos seus comportamentos e por vezes testam a resistência dos seus brinquedos, logo, em potência, irão fazer o mesmo com o cachorro puxando-lhe o rabo, torcendo-lhe as pernas, atirando com o animal ao ar, etc. Os adultos que têm estes animais sabem que as pisadelas nestes pequenos são uma constante, porém, conseguem gerir melhor o seu equilíbrio quando o animal se queixa. Ainda que o peso de uma criança seja inferior as agressões involuntárias tendem a aumentar em gravidade pois caiem sob o corpo do animal e provocam-lhe lesões internas. As crianças também não têm a sua capacidade cognitiva devidamente formada ao ponto de distinguir até onde podem gerir as suas brincadeiras com o animal assim como a capacidade de resistência do mesmo no que diz respeito a pegá-lo com as mãos e apertá-lo excessivamente, inclusive. A criança não faz distinção de forças e pesos cobrando por isso do animal uma capacidade que ele não tem. As horas de sono que o animal necessita também são diferentes das da criança.

Por motivo do bem-estar psíquico da criança.

A sua criança precisa de brincar, pular à vontade e ter à sua volta o ambiente que lhe proporcione essa liberdade. Com um animal presente você irá condicionar a criança e colocar sobre ela uma pressão de responsabilidade que ela não tem maturidade para assumir, compreender e cumprir.

Se você tiver o infortúnio de haver um acidente que quebre uma perna a um cachorro conte com uma despesa imprevista ou com um animal deficiente para o resto da vida. Se a criança causar a morte do animal que gosta ela poderá nunca mais se esquecer desse episódio. As consequências desse infortúnio podem também ser imprevisíveis na saúde psíquica da criança.

A razão porque uma criança não tem capacidade para gerir cuidados sobre outros seres pode ser demonstrado de uma forma muito simples:

Você caminha à beira de uma estrada sem segurar a sua criança pela mão? Porque o faz? Você deixa a sua criança ficar sozinha numa varanda sem que esteja permanentemente a vigiá-la?

Então porque entrega a responsabilidade de outro ser vivo nas mãos do seu filho/a?

3. Por motivo de que você é uma pessoa responsável.

Nós sabemos porque as pessoas preferem animais de pequeno porte em casa: são engraçados, dão menos despesa, comem menos, sujam menos, e quem conhece pouco sobre as diferentes raças assume que são “menos perigosos” para os filhos. Pois bem, considere a possibilidade de um cão pequeno que também tem dentes e unhas aguçados de ferir a sua criança num olho numa simples brincadeira.

Acautele portanto a sua carteira e a sua disponibilidade para gerir episódios imprevistos quer seja com o cão ou com o seu filho/a.

Posto isto gostaria de lembrar alguns cuidados com a alimentação e higiene do seu animal:

- Chocolate é mortal para o animal. Pode também em vez disso causar danos irreversíveis nos órgãos do aparelho digestivo e sistema nervoso central;
- Gorduras, sal e carne de porco são muito nocivas;
- Uvas afetam os rins e bexiga;
- O leite que utilizamos é excessivamente forte e gorduroso para a dieta do cão;
- Biscoitos, bolachas e bolos trazem consequências desagradáveis a longo prazo: cataratas e cegueira;
- Alguns biscoitos para animais são feitos com produtos lácteos e podem ser desadequados;
- Frutos secos com gorduras como o amendoim, caju, castanhas (do Brasil) são perigosos.
- A água deve ser renovada todos os dias assim como o recipiente onde o animal bebe. E de igual modo o recipiente da comida para prevenir o alojamento de micróbios e fungos.

No caso do sal fique sabendo que se o cão o está a lamber prolongadamente não é apenas porque gosta de si, é porque a sua pele tem sabor a sal!

Pode dar maçã e pêra. Relativamente a outros frutos investigue bem a possibilidade e tenha cuidado com tudo o que se divulga na internet pois há muita informação confusa, mal fundamentada e errada.

Se estiver a passear na rua e o seu cão quiser comer erva, consinta, é bom para a flora intestinal.

Queremos ainda dizer-lhe que os cães de “raça” não são melhores do que os outros, não são mais inteligentes nem mais dóceis que os outros. Apenas têm características diferentes e diferenciadas uns dos outros conforme a sua seleção, não natural e provocada pelo próprio homem. Logo, as raças seleccionadas, especialmente as de pequeno porte são mais frágeis pois os seus códigos genéticos foram ficando cada vez mais restritos ao longo de muitos anos.

Assim, se depois do que leu, entender ter em casa um animal de porte pequeno considere a possibilidade de ir a um canil municipal e recolher um animal abandonado ou perdido, pois ele não lhe será entregue se não estiver em perfeitas condições de saúde e isso trará poupança à sua carteira e reduzirá substancialmente potenciais dissabores. Decerto que esse animal estará melhor consigo do que no canil.

Devo referir que sempre que encontramos um animal perdido procuramos recolhê-lo desde que ele consinta e depois procuramos saber se tem chip e quem é o proprietário. Costumamos utilizar o site www.encontra-me.org

A nossa responsabilidade para com as pessoas, os animais e a natureza não se pode restringir ao nosso interesse próprio. Deus, quando criou este belo planeta, fê-lo para nosso usufruto de todos, então, seja um bom mordomo, um bom governante, uma pessoa responsável.

O bebé na foto deste artigo, é uma "menina", foi entregue a uma jovem com 20 anos e com a qual manteremos o contacto. Chama-se "Mia".

Provérbios 12:10 “O justo olha pela vida dos seus animais; porém as entranhas dos ímpios são crueis.”

Samuel e Susana Dias

Links úteis: 14 alimentos proibidos para cães



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