terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

Cumplicidade no relacionamento


1. O mesmo propósito.

O namoro serve para afinar os nossos desejos, avaliar a nossa personalidade, confrontar o nosso egoísmo. É suposto que durante o período do namoro muita coisa tenha sido falada, assim como também é necessário fazer muitos ajustes e mudanças ao longo da vida de casados.

2. Companheirismo.

Companheirismo é gostar de fazer as coisas em conjunto. Quando um casal funciona bem não há problema se tiverem um negócio juntos ou se um for chefe e o outro o subordinado. Com um excelente companheiro podemos funcionar bem tanto no trabalho como no divertimento, no sexo e na oração.

"Não é bom que o homem esteja só; farei para ele alguém que o auxilie e lhe corresponda". Gênesis 2:18

Para que o homem não estivesse só Deus entregou-lhe uma esposa, não amigos para ele ir para a taberna! Fazer coisas em conjunto, mesmo aquelas que por vezes algum não gosta, é das coisas mais maravilhosas no casamento.

3. Comunicação.

A forma de falar e o que deve ser dito no tempo certo faz muita diferença no relacionamento. Há homens que estão sempre a dar ordens e mulheres que só sabem reclamar. Há cônjuges que não sabem ouvir e há também os que nunca abrem a boca para dizer coisa alguma.

Evite coisas que roubam a comunicação com o seu cônjuge. A televisão e outras tecnologias roubam muita qualidade aos relacionamentos. A comunicação precisa de ser exercitada, tal como outras coisas que se não as fizermos também se perdem, por exemplo, sexo. Quanto mais comunicar o que sente e o que pensa mais fácil se tornará a cumplicidade na relação.

O silêncio numa relação conjugal é extremamente venenoso e mortal. Aquilo que você não comunica o seu cérebro fertiliza. E qual poderá ser o produto de um pensamento quando a boca não se abre para se expressar?

4. Admiração.

Quando foi a última vez que elogiou o seu cônjuge? E em público?

“O meu amado é para mim como um ramalhete de mirra, posto entre os meus seios. Como um ramalhete de hena nas vinhas de En-Gedi, é para mim o meu amado. Eis que és formosa, ó meu amor, eis que és formosa; os teus olhos são como os das pombas. Eis que és formoso, ó amado meu, e também amável; o nosso leito é verde. As traves da nossa casa são de cedro, as nossas varandas de cipreste.” Cânticos 1:13-17

O elogio faz parte das nossas necessidades como seres humanos. Provavelmente o seu cônjuge teve um dia aborrecido e o seu lar é o lugar ideal para repor as energias. Evite portanto a crítica inútil ou a cara aborrecida sem qualquer explicação. Coloque expressões de elogio e admiração no seu relacionamento; o aborrecimento resolve-se com comunicação mas é a admiração que dá energia à relação.

Quando você entra em casa, de que tipo são as suas palavras? De crítica ou elogio?

5. Respeito.

O respeito não é só não dizer palavrões ofensivos ou não agredir o cônjuge com palavras grosseiras. Também não é só não trair ou ser negligente. O respeito é ser afável, aceitar as diferenças e os desejos do outro, lidar com as limitações do outro com paciência.

Respeito é deitar-se e levantar-se com o cônjuge ao mesmo tempo, ajudá-lo/a em tempos de dificuldade, chorar e rir em sintonia. Respeito também é ser autêntico e coerente na presença e na ausência. Respeito também é ver um bom filme em conjunto em vez de teimar sempre em ver futebol e fotonovela.

O respeito, conduz-nos mais à frente: à harmonia, ao bem-estar e à felicidade. Na verdade todos sabemos que pequeninas lascas no relacionamento são as que provocam dor durante mais tempo.

“Assim também vós, cada um em particular, ame a sua própria mulher como a si mesmo, e a mulher reverencie o marido.” Efésios 5:33

6. Afeto.

O afeto resulta das palavras que dizemos. Uma mente distorcida procura sexo sem afeto e prazer sem expressões de amor.

Três palavras mágicas num relacionamento:
- Sim.
- Por favor.
- Obrigado.

E convém acrescentar: Amo-te!

“O meu amado pôs a sua mão pela fresta da porta, e as minhas entranhas estremeceram por amor dele.

Eu me levantei para abrir ao meu amado, e as minhas mãos gotejavam mirra, e os meus dedos mirra com doce aroma, sobre as aldravas da fechadura.” Cânticos 5:4,5

Você fica indiferente quando o seu cônjuge chega a casa? Não sai da cozinha? Não se levanta do sofá?

7. Honestidade.

“…cada um de vocês deve abandonar a mentira e falar a verdade ao seu próximo pois todos somos membros de um mesmo corpo.” Efésios 4.25.

Ser honesto é uma questão de carácter independentemente se essa qualidade se aplica a si (no seu casamento) ou a qualquer outra pessoa. Se o seu cônjuge é honesto para com as outras pessoas também o é para si e vice-versa.

8. Deveres domésticos.

Todos os utilizadores da casa têm deveres para com o bem-estar comum. Quem chega primeiro a casa tem o dever de providenciar o melhor ambiente para quem vai chegar a seguir.

Uma das maiores queixas das mulheres é relativamente ao desmazelo que os seus maridos têm pela casa deixando tudo desarrumado. Um dos maiores incómodos dos homens é relativamente às mulheres que são excessivamente exigentes com as arrumações e limpeza tornando o leu lar um lugar impossível para se viver.

9. Suprimento.

Nenhum dos cônjuges por si só tem o direito de acumular riqueza pessoal ou viver para um objectivo que é só dele, como por exemplo, comprar uma mota ou até mesmo comprar um telefone caro, uma Play Station, etc… O casal foi unido para lutarem AMBOS por causas comuns.

Naturalmente que há interesses pessoais de um ou de outro mas eles não podem causar desarmonia e divisão no casal. Na sociedade que construímos parece incontornável que ambos tenham que trazer suprimento para casa ou de outra forma a vida torna-se mais complicada, mas por isso mesmo, a convergência de objectivos tem de ser a mesma, pois cada um não pode construir a casa como entende.

Por defeito, o homem vai à caça e quando chega entrega o seu troféu à esposa para que ele lhe dê o melhor uso e administração. E assim deve ser, a mulher deve administrar a casa conforme o acordo e propósito que foi feito quando decidiram viver um para o outro.

Ambos devem também trazer “suprimento” de tempo um para o outro e para a sua família. O casal e a restante família necessitam do suprimento familiar a nível de educação, valores, memórias e ligação com Deus.

10. Atração um pelo outro.

Vamos começar pela higiene e acabar no vestuário. A forma como cuidamos do nosso corpo e nos apresentamos perante o nosso cônjuge é importante. Ambos, não se devem arranjar apenas quando necessitam de sair de casa. No lar o corpo e as suas roupas devem andar limpos.

O toque também deve ser uma constante entre os que se amam, quer em casa, quer na rua.

11. Finanças.

Um dos fatores que no casamento pode causar alguns estragos é sem dúvida as finanças. Não é correto que um dos dois faça gastos que não foram planeados por ambos, excepto presentes, naturalmente, e mesmo esses com alguma modéstia e equilíbrio.

De pouco servirá afinal gastar dinheiro com o cônjuge, mesmo com um ramo de flores, quando os maus-tratos e negligência são uma constante no resto do tempo do seu relacionamento.

Os cartões de crédito e dívidas de consumo com juros devem ser inimigos a ser combatidos. A vida pode ser muito mais desafogada sem juros a impedir um jantar romântico ou uma saída num fim-de-semana. Quando um casal é disciplinado, enfrenta melhor as surpresas ou emergências que surjam na sua caminhada, pois afinal o seu foco maior não está nas coisas que possuem mas um no outro.

O teu cônjuge é o teu bem mais valioso nesta terra. O homem deve dar a vida por esse bem, a mulher deve sujeitar-se àquele que se sacrifica por ela.

12. Sexo.

O sexo ficou para o fim deste tema quando muitos o colocam primeiro que tudo.

“Ora, quanto às coisas que me escrevestes, bom seria que o homem não tocasse em mulher; Mas, por causa da fornicação, cada um tenha a sua própria mulher, e cada uma tenha o seu próprio marido. O marido pague à mulher a devida benevolência, e da mesma sorte a mulher ao marido. A mulher não tem poder sobre o seu próprio corpo, mas tem-no o marido; e também da mesma maneira o marido não tem poder sobre o seu próprio corpo, mas tem-no a mulher. Não vos priveis um ao outro, senão por consentimento mútuo por algum tempo, para vos aplicardes ao jejum e à oração; e depois ajuntai-vos outra vez, para que Satanás não vos tente pela vossa incontinência.” I Coríntios 7:1-5

Todas as qualidades acima, uma vez cumpridas pelos dois, cada um no seu papel, resulta noutro extraordinário benefício: uma relação sexual saudável, ou se quiser, uma satisfação sexual completa.


Avaliação da dinâmica.




Este tema foi partilhado no dia 18 de Fevereiro na Igreja Conquistadores em Ponta Delgada. Estiveram presentes 11 casais e no início da exposição foi-lhes entregue esta ficha, a qual foi sendo preenchida item por item à medida que o tema decorria, excepto no último ponto, sexo. Os casais foram avisados que iriam trocar a suas avaliações no final e claro eles foram preenchendo à vista um do outro.

A leitura desta amostra faz-nos perceber no que diz à avaliação pessoal, os casais demonstraram que são mais eficazes no companheirismo e no respeito e confessam-se frágeis na comunicação e nas finanças.

Na avaliação do cônjuge, os casais confirmam a sua cumplicidade nas áreas do companheirismo e respeito, denunciam pouca cumplicidade nos deveres domésticos e finanças fragilizadas.

Esta amostra não pretende ser científica mas apenas um contributo para facilitar a partilha que se seguiu.


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