segunda-feira, 3 de julho de 2017

O dízimo


O dízimo é uma das armas de maior ataque às igrejas evangélicas nos dias de hoje. É evidente que os visados não são os bruxos, os políticos, os jogadores de futebol, as estrelas de cinema, as figuras públicas, apresentadores famosos, etc… Esta evidência é suficiente como resposta, mas não vamos ficar por aqui.

Primeiro deixem-me fazer uma “emissão” de perdão sobre os que sob diferentes formas nas diferentes épocas têm procurado por todos os meios caluniar as pessoas íntegras, desde dos pastores até aos membros das igrejas que contribuem fielmente com os seus dízimos.


Muitos crentes foram enganados por “pseudo-igrejas” e “pseudo-pastores” que fazem do centro da sua mensagem o dízimo ou o dinheiro. Prometem, como a igreja tradicional católica ainda faz, que as bênçãos de Deus vêm através das boas obras, enquanto que esses, com uma espertice mais avançada, pregam que se você contribuir para a "igreja" a bênção de Deus na sua vida é dobrada; que quem dá, Deus dá-lhe também todas as coisas; que se vêm livres das doenças; que terão um bom casamento; que terão bons negócios; que recebem a vida eterna… e por aí fora. Um engodo triste e totalmente desfocado da Bíblia.

Se o(a) irmão(â) que me lê é dos que critica as igrejas e os pastores que têm o princípio do dízimo para o sustento das suas comunidades, quero dizer que o(a) perdoamos. Compreendemos e lamentamos a má experiência que teve e estamos felizes por ter descoberto que as bençãos de Deus não se podem vender nem comprar. Desafio-o(a) porém a encontrar na Graça divina uma riqueza muito mais intensa do que aquela que já descobriu.

Ainda no âmbito dos que ensinam que o dízimo não é bíblico:

Estes queridos irmãos não têm culpa. Não lhes foi ensinado dos púlpitos que a Salvação de Deus é pela Graça, de graça e sem qualquer esforço ou mérito humano. Esta lacuna de “Graça” nas suas vidas, provoca que, quando descobrem que foram enganados, fiquem com uma zanga de tal ordem que se esquecem que a mesma Graça que dá a Salvação, também dá o perdão, e como não conhecem mais nada senão aquele mundo de manipuladores, tomam todos pela mesma bitola, e vai daí, chicote na “pastorada” toda porque “são todos iguais”.

A todos quantos estão perfeitamente lúcidos daquilo que Deus fez na sua vida e do que a Bíblia ensina, por favor, perdoem estes irmãos e oremos para que o Espírito de Deus e a Bíblia que usam (que chegou às suas mãos àquele preço em virtude dos dízimos e ofertas dos nossos antepassados, honra a quem honra) lhes possa trazer mais luz nas áreas do julgamento, rancor e ira.

Não vale a pena debruçarmo-nos a discutir a questão dos dízimos para os levitas, ou que era em espécie e que era para o povo judeu. Relativamente aos levitas os dízimos nas nossas igrejas são para administração e obras sociais, e nem sempre há salário para pastores; a sociedade evoluiu e hoje em dia não podemos trocar combustível e eletricidade por cabras ou cereais (aqui não se compreende porque estes irmãos não vão pregar para as praças como antigamente e usam o YouTube, é mais cómodo, pois…); no nosso meio evangélico português mais de metade das congregações não têm pastor assalariado. 


Posto isto, considerando a questão da Graça divina e a administração praticada pelas Igrejas Evangélicas dos nossos relacionamentos, nenhum argumento dos “anti-dízimo” se aplica a nós, mas, ainda assim, pacientemente, lá vamos investindo algum do nosso tempo a responder-lhes. A verdade é que há uma tentativa óbvia de assassinato do caráter dos que são íntegros diante de Deus e “não matarás” é que é mandamento bíblico.

A Bíblia não obriga ninguém a dar o dízimo. O que a Bíblia diz que a obrigação de “todo o Homem” é a observância dos Dez Mandamentos. Leia Êxodo 20. O que Jesus diz que é cumprimento de TODA A LEI é o AMOR. Leia Mateus 22.

As Igrejas Evangélicas não cobram dízimos. Quem faz cobranças é o Governo da República, os bombeiros, os clubes de futebol, etc… As Igrejas Evangélicas são, porém, sustentadas pelos dízimos, ofertas e doações dos seus membros. Ponto. 


Algumas Igrejas, têm nos seus estatutos que são membros das comunidades aqueles que, entre outros valores e qualidades pessoais, contribuem com os seus dízimos, ofertas e doações. Reforço, O DÍZIMO É UMA RESPONSABILIDADE DOS QUE QUEREM SER MEMBROS DAS COMUNIDADES! Ponto.

Se está nos estatutos, os quais são legais à luz do Estado Português e acima de tudo, são da própria comunidade, são privados, são regras daquela família, entidade religiosa ou associação religiosa e ninguém tem que se incomodar com isso por os seus membros fazem o que bem entendem com o seu dinheiro. É uma questão de administração interna em que cada pessoa, por sua livre vontade, aderiu de boa fé a esse causa, e confia, supervisiona, pode fazer parte dos órgãos de administração, zela e cuida. Ponto.

Eu não posso, sob pena de ser acusado de calúnia, ir para a rua ou para as redes sociais a criticar o meu vizinho pela forma como eu o vejo gastar o seu dinheiro.

Há até quem não quer ser membro e contribui com boas ofertas e dízimos, e daí? Há quem é membro e não queira fazer parte dos órgãos sociais, e daí? A questão administrativa aqui é que, quem ofertou dízimos nessas pseudo-igrejas nunca foi convidado para ser membro ou lhe foram prestadas quaisquer contas desses donativos. Logo, parece excessivamente infeliz e pouco inteligente que sejamos culpados dos pecados dos outros, isso é que de todo não é bíblico. 


A confusão só existe porque alguns começaram a usar o dízimo como se fosse uma vela que dá acesso a uma bênção, porque desde sempre, que me conheço como cristão evangélico, o dízimo sempre foi um ato voluntário de responsabilidade de um membro diante de Deus e perante a sua comunidade.

Uma coisa que alguns não gostam como argumentação é o caso de Ananias e Safira que se encontra em Atos cap. 5. O ambiente que a Igreja vivia era tão agradável que os irmãos tinham tudo em comum (Atos 2:44) e chegou a um ponto, que por alguma necessidade especial, os crentes vendiam as suas propriedade e traziam o dinheiro (Ei… era dinheiro, ok? E está no Novo Testamento, certo?) e o depositavam aos pés dos Apóstolos. Por conseguinte, a lição a extrair é que há momentos na nossa vida em que damos tudo, porque o amor que temos pela causa é muito maior que o nosso desejo de posse ou necessidade momentânea.

Neste ponto, uma pergunta inconveniente: De tudo o que recebes quanto dás à tua esposa pela bênção que ela é na tua vida? Se o relacionamento que tens com ela for perfeito e harmonioso, dirás: Dou tudo!

Agora uma pergunta mais fácil: Quanto Deus já te deu em toda a tua vida? Se fores honesto e reconheceres que sem Deus não somos nada, então dirás: Deus deu-me tudo!

Vamos voltar ao dízimo. Onde está escrito sobre a medida que Deus nos recompensa se dermos o dízimo? Em lado nenhum. Jesus diz-nos “Dai, e ser-vos-á dado; boa medida, recalcada, sacudida e transbordando vos deitarão no regaço; porque com a mesma medida com que medis, vos medirão a vós.” Lucas 6:38 As bênçãos que provêem de Deus são na medida Dele e não na nossa. Ninguém pode dizer que se alguém der na Igreja 1.000 que receberá 10.000. Ninguém pode dizer que quem dá é abençoado em dobro do que aquele que não dá nada! Que absurdo!

Ao longo dos séculos a Igreja bíblica sobreviveu das ofertas e dízimos de amor dos seus crentes e paralelamente, infelizmente, também houve maus administradores. Um ramo da igreja cristã, quando perdeu o amor pelo próximo e a Graça de Deus totalmente suficiente para a Salvação do pecador, enveredou por cobranças indevidas, bulas e sacrifícios pelos pecados, construindo assim o seu império de riqueza dourada. De certa forma, tirando partido desta teologia e comportamento popular desde à séculos, certos oportunistas aproveitam e embalo e continuam a enganar a muitos, tal como antes.

Em suma, quem contribui que o faça com amor, pois não há qualquer dúvida que quem ama muito dá muito, quem ama pouco dá apenas o que a “Lei” determina. Ninguém dê porque é obrigado, para os outros verem ou com medo de ser castigado por Deus. Dê para a Igreja local onde você congrega e com a liderança em quem você confia. Contribua e envolva-se numa Igreja que ensine sobre a Graça que supera toda a Lei, o perdão que vence todo o ódio e a fé que remove todas as barreiras.

Há muitas igrejas que não têm o princípio do dízimo entre os seus membros, não as censure por isso. Há igrejas que adotaram o dízimo com uma das formas para o seu sustento, não das critique do mesmo modo por essa razão. Não consinta também com ataques a pessoas, líderes e pastores que você conhece as suas vidas e integridade; não aceite que por causa de danos causados à Igreja de Jesus por outros, prejudique a sua relação com Deus e com a Sua Igreja. Se você não quer dar o dízimo então também não critique pois isso é muito pior que não dar oferta. Se não quiser dar, não dê, o dinheiro é seu, tal como a propriedade de Ananias e Safira era deles e ninguém os censuraria se não quisessem dar o seu valor.

Relativamente ao dízimo ser "coisa" de Lei e para os Levitas a questão é simples. O Templo nos dias de Jesus e depois da sua ressurreição, continuou a ser sustentado pelos dízimos do povo; as sinagogas eram sustentadas pelos judeus e as igrejas eram sustentadas pelos crentes em Yeshua, o Messias, e tudo o que necessitavam era suprido pelos fieis! A sua Igreja local tem falta de alguma coisa? Se sim, seja esse cumpridor do amor que você tem pela obra de Deus.

Se preferir a discussão do dízimo, que não está no Novo Testamento, blá, blá, blá, olhe, não dê! Se quiser criticar quem dá, por favor compreenda que a Igreja não é uma praça pública para protestar contra as políticas do governo. A Igreja é um lugar de comunhão, alegria, louvor, paz, amor e muita GRAÇA.

(Sabemos que o termo GRAÇA é complicado de entender para uma pessoa religiosa mas com tempo e oração todos chegaremos a essa dimensão sobrenatural).

Quanto a nós, membros e líderes da Igreja Conquistadores para Cristo, no que falarem mal de nós, responderemos com bom procedimento em todas as coisas.

Tendo uma boa consciência, para que, naquilo em que falam mal de vós, fiquem confundidos os que vituperam o vosso bom procedimento em Cristo.” I Pedro 3:16

Samuel Dias

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