Conheci o Pr. José Gabriel Cabral quando
ainda estava na Marinha, provavelmente por volta de 1990 numa das suas visitas
à Igreja Viva – Assembleia de Deus do Fogueteiro. Nos anos seguintes voltámos a
encontrar-nos repetidamente no Fogueteiro e também nos Açores quando entre 1998
e 2000 me desloquei por algumas vezes ao arquipélago em missão pela Cruz Azul.
No início de 2005, quando a comunidade evangélica em Fernão Ferro, a que eu frequentava mais assiduamente e com a qual colaborava, se viu confrontada com a necessidade de assumir a sua autonomia local, considerámos unanimemente integrar o ministério Conquistadores para Cristo.
Desde então temos desenvolvido uma amizade estreita de grande respeito e colaboração mútua, a qual tem trazido, no que me diz respeito, um grande enriquecimento para a minha vida pessoal. O meu envolvimento neste ministério foi sem dúvida uma das experiências mais gratificantes que atravessei na minha vida tendo perdurado por dez anos.
Não consigo me lembrar de quantas vezes fui aos Açores por força deste envolvimento mas lembro-me do tempo fabuloso que vivi quando estive em sua casa e convivi de perto com a sua família, com a igreja em Dortmouth, M.A., aquele bife em Miami num restaurante mexicano, a aventura no Haiti, a ida a Contagem, M.G., e a oportunidade que tivemos de estar juntos na Assembleia-geral da Cruz Azul Internacional em São Bento do Sul, Brasil.
No decorrer desta jornada, alguns pensaram que o nosso envolvimento teve motivações financeiras. Não! Chegou a hora de dizer que não foi assim. A nossa motivação foi a paixão do Pr. Gabriel Cabral por missões, por Israel e pelo nosso país, em especial os Açores. Contudo, fomos abençoados por via do envolvimento de uma igreja que também contribuiu para a Cruz Azul e pela sua família que repetidamente o fez pessoalmente.
O ministério Conquistadores para Cristo na minha vida pessoal não foi apenas um projecto que em determinado tempo existiu para preencher um vazio. De facto, houve uma lacuna que teve de ser preenchida, pois também entendemos que não deveríamos ficar isolados; deveríamos ter alguém a quem prestar contas; e contar com companheirismo e conselho. Mas efectivamente, Conqueror’s For Christ foi como um genes que se instalou – responsabilidade pelos outros, seriedade, lealdade e respeito – são valores que inesquecivelmente nos transportam para além do institucional, fazendo-nos viver e aprender nesta vida muito mais do que se imaginava poder alcançar.
Estou consciente de que não fomos perfeitos em tudo, poderíamos ter feito muito mais. Faço questão de mencionar que esta transição como comunidade para outra fase da nossa vida não é a interrupção de uma para o começo de outra, é a continuação da nossa história e levamos connosco esta bonita memória de amizade e cumplicidade, a qual desejaríamos que fosse exemplar no meio evangélico português.
Uma palavra também necessita de ser direccionada à equipa de liderança do Pr. Gabriel: a nossa casa é a vossa casa e o vosso coração é o nosso coração.
Muito obrigado.
Samuel Dias
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