quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Sionismo cristão



A palavra “Sião” encontra-se na Bíblia 161 vezes, 7 no Novo Testamento. O primeiro versículo Bíblico encontra-se é uma alusão à conquistada do Rei David: “… David tomou a fortaleza de Sião; esta é a cidade de David.” (II Samuel 5:7), tendo feito dessa fortaleza a sua habitação. O último versículo bíblico está em Apocalipse 14:1: “E olhei, e eis o Cordeiro em pé sobre o Monte Sião, e com ele cento e quarenta e quatro mil, que traziam na fronte escrito o nome dele e o nome de seu Pai.”

Sião é uma das colinas onde foi edificada a cidade de Jerusalém. Não demorou muito que o termo se generalizasse para referir toda a terra de Israel e aos seus filhos e filhas.
Nos salmos de David, Sião é mencionada 38 vezes mas é o profeta Isaías que a refere mais vezes: 47. Provavelmente, por ser uma clara alusão à importância de Jerusalém para o início da “era” gentílica, ou seja, “a igreja”, o verso mais citado, é este: Isaías 2:3. “Irão muitos povos, e dirão: Vinde, e subamos ao monte do Senhor, à casa do Deus de Jacó, para que nos ensine os seus caminhos, e andemos nas suas veredas; porque de Sião sairá a lei, e de Jerusalém a palavra do Senhor.”

O termo filhos e filhas de Sião, ficou, portanto, “eternizado” desde os tempos bíblicos para aqueles que crêem na importância de Israel no mapa profético traçado por Deus para o mundo.

Da boca de Jesus Sião é citado duas vezes e curiosamente referindo-se à sua missão messiânica: Mateus 21:5. “Dizei à filha de Sião: Eis que aí te vem o teu Rei, manso e montado em um jumento, em um jumentinho, cria de animal de carga.”. Em João 12:15 “Não temas, ó filha de Sião; eis que vem teu Rei, montado sobre o filho de uma jumenta.”
O apóstolo dos gentios, Paulo, zelava ardentemente pela salvação de Israel “Irmãos, o bom desejo do meu coração e a minha súplica a Deus por Israel é para sua salvação.” (Romamos 10:1)

O capítulo mais conhecido de Paulo relativamente à relação entre Israel e os gentios, “oliveira e zambujeiro”, no verso 25 lemos assim: “…  que o endurecimento veio em parte sobre Israel, até que a plenitude dos gentios haja entrado; e assim todo o Israel será salvo, como está escrito: Virá de Sião o Libertador, e desviará de Jacó as impiedades; e este será o meu pacto com eles, quando eu tirar os seus pecados.” Romanos 11:25-27

É consensual nas diferentes denominações cristãs que Israel será salvo mas as posições teológicas dividem-se entre uma salvação generalizada, um avivamento generalizado ou uma conversão “à moda” ocidental mais ou menos discreta no contexto social. A Bíblia, contudo, é clara na “quebra dos muros de separação” entre judeus e gentios no que diz respeito à salvação de ambos referindo-se também à salvação futura do povo de Israel. Relativamente ao direito de Israel à terra os cristãos dividem-se entre os que são defensores desse direito, com ou sem argumentação bíblica, e os que não dão qualquer importância ao assunto como se tratasse de coisa de menos importância.
Theodor Herzl (1860 – 1904)

O termo “sionismo” começou a ganhar força na segunda metade do século XIX sendo Theodor Herzl (1860 – 1904), considerado o pai do sionismo moderno, com o objectivo político que defender o direito dos judeus assumirem o direito à sua terra com a criação de um Estado Judaico no território demarcado como “palestina” nome dado à terra pelos Romanos no I século d.c.. Depois da criação do Estádio de Israel em 14 de Maio de 1948 este movimento mantém-se activo na defesa do estado judeu, denunciando as ameaças à sua existência e segurança.

O “sionismo”, é portanto, um movimento político, e em alguns contextos controverso. Os opositores do direito de Israel à sua existência como estado chamam-lhe “colonização” e até mesmo entre judeus ortodoxos (radicais) há quem entenda que Israel como estado só deveria existir “consensualmente” reconhecido por todas as nações e apenas quando o Messias “vier”, sendo sabido que o reconhecimento de Yeshua nascido à 2000 anos é algo que contestam tenazmente. 

No outro extremo e lamentavelmente, a maioria dos que contestam a existência de Israel como estado também defendem a sua eliminação como nação.
“Sionismo cristão” é a designação dada aos cristãos entre os diferentes grupos denominacionais que reconhecem o direito do povo judeu à terra dos seus ancestrais.
Esta expressão começou a ganhar força com o aumento de visitas de cristãos a Israel e que teve como consequência do despertar de um amor especial pelos filhos de Sião e dos quais estes gentios “enxertados” se sentem como parte integrante de um povo só.

“Sionismo” não é, por definição e origem, uma doutrina ou corrente doutrinária. É uma convicção espiritual de que Deus ainda não completou a sua obra em Israel e que estes têm direito à terra dos seus ancestrais. Sionismo cristão é uma convicção política de um vasto número de cristãos que defendem o direito de Israel a existir como nação e como estado.

“Porquanto não há distinção entre judeu e grego; porque o mesmo Senhor o é de todos, rico para com todos os que o invocam. Porque: Todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo.” Romanos 10:12,13.

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