segunda-feira, 21 de novembro de 2016

Famílias inteligentes


1. O que é uma família?

“Conjunto de pessoas que possuem um grau de parentesco entre si e vivem na mesma casa formando um lar”.
(Uma definição reduzida entre muitas outras que existem)

2. O que é a inteligência?

“Inteligência é um conjunto que forma todas as características intelectuais de um indivíduo, ou seja, a faculdade de conhecer, compreender, raciocinar, pensar e interpretar. A inteligência é uma das principais distinções entre o ser humano e os outros animais.

Etimologicamente, a palavra "inteligência" originou-se a partir do latim intelligentia​, oriundo de intelligere, em que o prefixo intersignifica "entre", e legere quer dizer "escolha". Assim sendo, o significado original deste termo faz referência a capacidade de escolha de um indivíduo entre as várias possibilidades ou opções que lhe são apresentadas.”

(https://www.significados.com.br/inteligencia/)

Resultado da soma das duas definições anteriores: “Uma “família inteligente” é um conjunto de pessoas ligadas entre si que precisam de ter a faculdade de tomar decisões e fazer escolhas”.
(Nota do autor deste artigo: Estes conteúdos não pretendem esgotar o tema em profundidade! São apenas tópicos reduzidos pois o que se pretende é uma discussão coletiva, tal como veio a acontecer depois desta exposição num dos nossos convívios de casais. Se pretender explorar melhor este assunto compre alguns livros bons sobre esta matéria. Se desejar dar o seu contributo junte-se a nós. Obrigado pela compreensão.)

Uma família terá por conseguinte no seu seio indivíduos com temperamentos diferentes, vontades diferentes, reações diferentes, emoções diferentes, enfim, pessoas com muita coisa diferente entre si.

Então se as pessoas são diferentes porque hão-de estar juntas? O que faz com que pessoas diferentes desejem fazer parte de uma família ou iniciar uma nova?

Os motivos são diversos mas podemos lembrar-nos de alguns:

- Complementaridade;
- Atracão;
- Amor;
- Sonhos comuns;
- Proteção;
- Sexo;
- Sobrevivência;
- Tradição…

Mas… quando há uma divergência, muitas vezes, falta inteligência para a resolver.

E quais são os resultados de falta de inteligência quando há uma divergência?

- Acusações;
- Omissões;
- Desinteresse;
- Individualismo;
- Arrogância;
- Privação de sexo;
- Insegurança;
- Descontrolo emocional…

As emoções ficam baralhadas e descontroladas. O indivíduo perde o referencial no que se refere ao amor e prazer em estar em família. Coisas em que antes éramos focados agora somos divergentes.

3. O contrário de inteligência (em contexto familiar): imaturidade.

Pessoas sem controlo ou maturidade emocional vivem dominados por acontecimentos pontuais e reagem por circunstâncias temporais.

Conhece a frase: "Não tome decisões definitivas em função de sentimentos temporários"?
(Desconhecido)

- Pequenas coisas tornam-se equivalentes a grandes tragédias;
- Incapacidade em dialogar, pedir perdão e perdoar;
- Lembrar repetidamente coisas passadas;
- Controlo, anulação do outro, e ciúme;
- “Eu tenho a minha vida e tu tens a tua”;
- Excesso de dependência um do outro;
- Discussões constantes;
- O “outro” é que tem que mudar…

4. As três leis do relacionamento.
(de Bert Hellinger)

1. Pertença:

Pertencer a uma família é uma necessidade básica. Vínculo é um desejo profundo que vai para além do nosso ímpeto de sobrevivência. Implica sacrifício e entrega em favor da pertença.

Curiosamente Hellinger não deixa de nos revelar três princípios bíblicos do relacionamento conjugal muito conhecidos e ensinados por Paulo aos Efésios: sacrifício, sujeição e serviço.

“Vós maridos, amai as vossas mulheres, como também Cristo amou a Igreja, e a si mesmo se entregou por ela” Efésios 5:25

Pertencer a alguém implica muitas vezes a capacidade de fazer um sacrifício. Paulo compara o amor de um homem por uma mulher a um sacrifício numa cruz. Provavelmente não precisamos de morrer pela nossa esposa mas há muitos homens que já não estão disponíveis para fazer o sacrifício sequer de serem inteligentes.

Os nossos ancestrais fazem parte da nossa família e dos nossos relacionamentos. E como lidamos com os vínculos que vieram do nosso passado, filhos de um casamento anterior por exemplo?

2. Ordem:

Há uma hierarquia para todas as coisas e até para o relacionamento conjugal. A violação da criação implica o surgimento de tragédias. O homem foi criado primeiro.

“Vós, mulheres, sujeitai-vos a vossos maridos, como ao Senhor; Porque o marido é a cabeça da mulher, como também Cristo é a cabeça da igreja, sendo ele próprio o salvador do corpo.” Efésios 5:22,23

Paulo não diz: “Vós, mulheres, sujeitai-vos a vossos maridos, "como a um déspota”, diz: “como ao Senhor”! Jesus é o nosso referencial! Nenhuma mulher tem problemas em sujeitar-se a cumprir uma missão AO LADO do seu marido, sublinhe-se, como ao Senhor, até porque, um relacionamento a dois é muito mais do que isso.

Já agora, mãe não é “amiga” da filha, mãe é mãe e chegou primeiro, não rebaixa a sua condição. Filho não pode tratar o seu pai ou padrasto como seu igual. O vínculo a um novo cônjuge forma uma nova ordem.

3. Equilíbrio.

“Mais bem aventurada coisa é dar do que receber…”
“Cada um considere os outros superiores a si mesmo…”
“Sujeitando-vos uns aos outros no temor de Deus...” Efésios 5:21

A harmonia conjugal está no equilíbrio entre o dar e o receber.

5. A inteligência no relacionamento familiar.

É incontornável abordar esta questão sem mexer na área emocional do nosso comportamento.

Na base do relacionamento está o amor, e amor é um sentimento, uma emoção, algo que nos move em determinado sentido. E pessoas inteligentes têm a capacidade de identificar as suas emoções e controlá-las.

Vamos referir apenas algumas das emoções pessoais mais conhecidas: amor, ódio, alegria, tristeza, segurança e medo.

Pessoas com sentimentos negativos, como rancor, tristeza e medo tendem a expressar-se e a tomar decisões em função desses sentimentos residuais. Se a pessoa não é inteligente o suficiente para os controlar, pode desenvolver alguns comportamentos de auto-defesa: é incapaz de corresponder com sentimentos de amor, desconfia de tudo e de todos, tem medo de ser traída, de ficar sozinha, é difícil de contentar, está sempre insatisfeita.

Pessoas que desenvolvem habilidades “positivas” como o amor e a alegria, superam com mais facilidade as adversidades e não se deixam dominar por qualquer fracasso.

Quem AMA tem uma vontade enorme de se expressar nessa qualidade. Se o cônjuge é uma pessoa amarga, desconfiada e triste, qualquer tentativa de agradar provoca um choque porque o amor não é correspondido ou por muito que se tente agradar, nunca se consegue satisfazer o parceiro.

Quem tem PROBLEMAS DE ACEITAÇÃO é propenso a desenvolver sentimentos de ciúme e de desconfiança. Se o cônjuge é uma pessoa dedicada e romântica isso acabará por resultar numa grande frustração e irritação.

Quem tem problemas na área da segurança fica sempre atento ao cônjuge relativamente a quem se cruza na rua. Uma mulher de mini-saia não se pode cruzar com homem porque sempre que esse acidente acontece resulta numa grande confusão entre o casal ou no mínimo um grande amuo. Há até homens que a única coisa que podem fazer numa praia é enfiar a cabeça num jornal.

6. Habilidades das pessoas inteligentes (emocionalmente).
  • Auto-conhecimento emocional; 
  • Controlo das emoções; 
  • Auto-motivação; 
  • Empatia; 
  • Competências ou habilidades sociais. 
(Goleman)

7. Relacionamento a três.

Há pessoas competentes e há pessoas inteligentes. Há pessoas que têm muitos “cursos” e há pessoas que simplesmente são sábias.

Um relacionamento conjugal inclui sempre três pessoas: eu, o outro e nós!

Eu: Eu preciso dos meus momentos. Preciso de fazer as coisas que eu gosto. Preciso de cumprir com as coisas que eu não gosto tanto.

O outro: Precisa do seu próprio espaço sem interferências.
  • “… Quando é que voltas para casa?”
  • “… Quando é que te despachas?”
  • “… Quando é que me vens ajudar a lavar a louça?”
A “cobrança” contínua é um fator de roturas nos relacionamentos.

Nós:
  • Nós precisamos de fazer juntos as coisas que gostamos. 
  • Precisamos de cumprir com os nossos objectivos. 
  • Precisamos de adorar o mesmo Deus juntos. 
  • Nós precisamos de compartilhar os nossos sonhos. 
8. Inteligência no relacionamento sexual.

“Sexo começa na cozinha…” Há muita coisa a dizer sobre isto! Até que consigamos chegar ao quarto há muita coisa a dizer sobre isto e alguns são muitos “burros” nesta matéria. Homens e mulheres! Deixemos este tema para outra ocasião…

9. Para descobrir o outro é preciso ser inteligente.
Descubra com inteligência a linguagem do seu cônjuge:

- Toque;
- Palavras;
- Tempo de qualidade;
- Actos de serviço;
- Presentes.

(Gary Chapman)

Outro grande tema que precisa de ser explorado com maior atenção…

Este tema foi apresentado e desenvolvido por 6 casais no Cacém em Novembro de 2016.

Samuel Dias


Sem comentários:

Enviar um comentário