sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

Respeito conjugal


“O respeito” parece ser uma exigência cada vez mais ultrapassada pois alguns interpretam-no como “tabu”, que isso seja falta de "relacionamento aberto" ou "falta de liberdade", mas isto é completamente diferente de "respeito conjugal".

O que nos ocorre basicamente nesta matéria, geralmente anda à volta disto: 
  • Infidelidade; 
  • Maus-tratos; 
  • Falta de consideração. 
... Mas não só, há muito mais.

O que é o respeito?

"Respeito é um substantivo masculino oriundo do latim respectus que é um sentimento positivo e significa ação ou efeito de respeitar, apreço, consideração, deferência.

Na sua origem em latim, a palavra respeito significava "olhar outra vez". Assim, algo que merece um segundo olhar é algo digno de respeito. Por esse motivo, respeito também pode ser uma forma de veneração, de prestar culto ou fazer uma homenagem a alguém, como indica a expressão "apresentar os seus respeitos". Ter respeito por alguém também pode implicar um comportamento de submissão e temor.
  • O respeito é um dos valores mais importantes do ser humano e tem grande importância na interação social. 
  • O respeito impede que uma pessoa tenha atitudes reprováveis em relação a outra. 
  • O respeito mútuo representa uma das formas mais básicas e essenciais para uma convivência saudável.
Uma das importantes questões sobre o respeito é que para ser respeitado é preciso saber respeitar, o que em muitos casos não acontece. Respeitar não significa concordar em todos as áreas com outra pessoa, mas significa não discriminar ou ofender essa pessoa por causa da sua forma de viver ou suas escolhas (desde que essas escolhas não causem dano e desrespeitem os outros).”

Extraído de https://www.significados.com.br/respeito/

Estes só por si são bastantes e vulgares para produzir conflitos e infelicidade. A falta de respeito pode afetar toda a família. Mas, o respeito, conduz-nos mais à frente: à harmonia, ao bem-estar e à felicidade. Na verdade todos sabemos que pequeninas lascas no relacionamento são as que provocam dor durante mais tempo.

“Assim também vós, cada um em particular, ame a sua própria mulher como a si mesmo, e a mulher reverencie o marido.” Efésios 5:33

1. Linguagem.

A mulher tem cerca de 22.000 palavras para debitar por dia e ao homem bastam-lhe apenas cerca de 2.000... Sendo assim, as mulheres têm de ter muito cuidado com o que falam e os homens têm de escolher muito bem as palavras que dizem... :D

A forma de falar não tem a ver com formação académica. Tem a ver com carinho, afeto, trato, tom de voz, simplicidade.

“… mas sê o exemplo dos fiéis, na palavra, no trato, no amor, no espírito, na fé, na pureza.” I Timóteo 4:12

“E eles lhe falaram, dizendo: Se te fizeres benigno e afável para com este povo, e lhes falares boas palavras, todos os dias serão teus servos.” II Crónicas 10:7

“Como maçãs de ouro em salvas de prata, assim é a palavra dita a seu tempo.” Provérbios 25:11

“Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, mas só a que for boa para promover a edificação, para que dê graça aos que a ouvem.” Efésios 4:29

Três palavras mágicas num relacionamento:
- Sim.
- Por favor.
- Obrigado.

A linguagem é uma dádiva de Deus. Alguns, mesmo cristãos, usam a linguagem para amaldiçoar.

2. Limitações.

Nos casais há porventura um deles que tem algum tipo de limitação. As limitações podem ser pontuais ou permanentes.

- Físicas.
Cansaço, tempo de sono, mobilidade.

- Intelectuais.
Nos casais em que o fosso intelectual é enorme o convívio social pode estar comprometido.

- Económicas.
Há casais que não sabem lidar com as dificuldades económicas.
Há também casos em que o que ganha um salário bom humilha o outro com menores ou nenhumas capacidades.

- Limites.
Simplesmente há coisas que o outro não gosta que façamos.

“O respeito é um valor que permite que o homem possa reconhecer, aceitar, apreciar e valorizar as qualidades do próximo e os seus direitos. Por outras palavras, o respeito é o reconhecimento do valor próprio e dos direitos dos indivíduos e da sociedade.” In http://conceito.de/respeito

Em conclusão, o cônjuge que repetidamente deprecia o seu companheiro/a não lhe tem respeito.

Jesus ensinou-nos a amar o próximo como a nós mesmos. Devemos amar o nosso cônjuge que tem uma dificuldade como se essa limitação fosse nossa.

3. Aceitação.

- Porque era divertido apreciar as diferenças de personalidade no namoro e com o tempo elas passaram a ser extremamente irritantes?
- Porque as mulheres esperam que os seus maridos mudem e os homens desejam que elas nunca “mudem”?

A aceitação das mudanças físicas no próprio e no outro está relacionado com a forma como a pessoa se aceita a si próprio. Muitos casamentos não resistem porque as expectativas são colocadas no físico. Homens que têm o azar de ficar carecas ou com barriga grande e mulheres que… e que…, se a sua relação não assenta noutros valores mais constantes, duradouros, indeléveis, correm sérios riscos de ver o se casamento ir por “água a baixo”.

A solução pode passar também por cada um olhar para as suas próprias imperfeições. O orgulhoso não é capaz de fazer isso.

4. Horários.

Uma das formas de demonstrar respeito é ter em conta a necessidade de descanso do teu cônjuge e outra é procurares alinhar os teus ritmos ao que tem a maior dificuldade.

Exemplos:
- Um dos elementos do casal trabalha por turnos;
- Um dos elementos do casal tem hábito de deitar cedo;
- Um dos elementos do casal tem uma responsabilidade especial e pontual…

Uma forma de demonstrar respeito pelo cônjuge é deitar ao mesmo tempo que o outro e levantar juntamente. Salvo as exceções que são óbvias; mal vai quando o casal não consegue distinguir entre o razoável e o imponderável.

5. A personalidade.

Cada pessoa tem gostos diferentes. Como se resolve uma disputa de querer ver novela ou futebol?

- Não é preciso gostar de tudo o que o outro gosta;
- Não é preciso concordar com tudo.

A única solução entre ver "Sport TV" e telenovela é não ter hábitos (vícios) e rotinas em nenhuma destas opções.

Por exemplo:
Vamos deixar de estar num convívio de casais por causa de um jogo de futebol?
Vamos deixar de estar em família por causa de uma telenovela?
Deixar de ir a um programa especial na Igreja?

Não podemos esquecer que não existe apenas eu e ela(e), também existe nós!

5. Privacidade.

Uma frase interessante que apanhei da net:

“Nesse contexto, não faz sentido continuar com uma prática que tem se tornado cada vez mais comum nesse mundo conectado pelas redes sociais: desrespeitar a privacidade do outro no mundo online. Cada membro do casal deve ter sua própria senha, seu próprio perfil e não é saudável ficar fuçando a vida do outro. (Suzana Leal)”

1º Não há “essa coisa” de “privacidade” no relacionamento conjugal. O argumento da confiança é uma falácia.
2º Ninguém precisa de afirmar que é de confiança mantendo os seus próprios segredos e ninguém precisa de “fuçar” o computador do outro à procura de pistas suspeitas.
3º Quem se esconde decerto que falta ao respeito também.

Lamentavelmente o vício de esconder os registos digitais não é só coisa de adolescentes. É absolutamente ridículo que a questão tenha sido introduzida nos hábitos de relacionamento conjugal.

No que diz respeito ao respeito, o mesmo se pode dizer dos que ficam a ver televisão até tarde com a desculpa que não têm sono.

6. O que é do outro.

Respeitar o que é do outro não é distanciar, é amar, é cuidar.

É cuidar dos amigos do outro, da família do outro… não “olhar apenas para o que é propriamente seu”, mas cuidar das coisas do outro como se fossem suas próprias.

“Nada façais por contenda ou por vanglória, mas por humildade; cada um considere os outros superiores a si mesmo. Não atente cada um para o que é propriamente seu, mas cada qual também para o que é dos outros.”
Filipenses 2:3,4

Samuel e Susana Dias

Tema do convívio de casais, Alenquer, 08-12-2016.







Sem comentários:

Enviar um comentário