quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Pastores encurralados nas igrejas


A propósito de um vídeo que vi (que está em baixo) e de um texto que me foi enviado pelo Pr. Gabriel Cabral pareceu-me bem partilhar este assunto pois nos últimos tempos ele tem se tomado mais grave à medida que o tempo passa.

Cada um tem a sua história, eu tenho a minha, mas de uma forma ou de outra todos os líderes cristãos lidam com frustrações muito diversas como a dificuldade aqui abordada. Mesmo com algumas ferramentas de ajuda disponíveis, que não estão acessíveis a todos e especialmente aos que mais precisam (é preciso dizê-lo), o assunto é tabu. Um pastor não se pode queixar à congregação das suas dificuldades de liderança e também não pode fazê-lo diante de um público qualquer. 



No texto que se segue tive alguma dificuldade com o raciocínio de quem escreveu ou resumiu o conteúdo de Gordon Atkinson, pois parece que aqui está descrita de forma muito sumária um conteúdo muito mais vasto. A consequência resulta numa tradução também aquém da ideia original. 

Mas vamos primeiro ao vídeo:

...

O que acontece quando os pastores se sentem ENCURRALADOS nas suas igrejas? Eu quero falar de um assunto que entre o povo nas comunidades não se fala com muita frequência. Haverão até muitas razões para não se falar sobre isso.

Suspeito que a maior razão é porque falar sobre isso requer de nós uma perspectiva honesta nas vidas dos nossos ministros e eu não tenho certeza de que queremos fazer a abordagem dessa forma. Os ministros fazem muito mais do que dar estudos bíblicos e dirigir cultos e também fazem mais do tratar das questões administrativas da igreja.

Aos nossos ministros é exigida uma representação e um modelo ideal de espiritualidade que queremos acreditar que esteja ao alcance de qualquer um. Nós próprios ainda não alcançámos esse estado em nós mas gostamos de pensar que o pastor João ou o ancião António já tenham chegado à Terra Prometida e que talvez eles nos possam levar até lá.

Portanto, qualquer coisa que nos faça recordar a humanidade básica dos nossos ministros pode ser desconfortável.

Aqui está algo de que nós não falamos: ​​existem milhares de ministros por aí que já não desejam mais ser pastores.
  • Eles não querem mais trabalhar nas igrejas;
  • Eles não querem mais a liderança;
  • Eles não sabem como sair;
  • Eles não têm para onde ir;
  • Eles não sabem o que fazer.
Sim, eu disse milhares. E refleti sobre nisso. Centenas, é um número muito baixo, eles são aos milhares. Milhares de ministros que trabalham em igrejas desejam poder sair.

Eu sei disso porque eu próprio era um ministro. Cheguei ao ponto de querer ir embora e não estava sozinho. Talvez você queira saber por quê... Porque eles não querem trabalhar mais para a sua igreja local? O problema é COM a sua igreja ou está DENTRO da sua igreja?

Qual preposição que você escolheria?

Há muitas razões. Alguns ministros tornam-se desiludidos com o lado empresarial da igreja. Nos seminários foi tudo teologia e ideologia. Então quando chegam a uma igreja com uma cultura do século 21 descobrem que a congregação na verdade está à procura de um empreendedor, alguém que possa fazer crescer a congregação como um negócio de sucesso.

Alguns ministros não são tão eloquentes e brilhantes; eles não são pregadores empolgantes; eles não brilham quando lideram um estudo bíblico; eles não são realmente aceites ou desejados e acabam trabalhando em um pequeno canto do mundo por um salário que era bom quando era jovem, mas não tão bom quando agora está nos 40 e com um par de filhos que também querem ir para a faculdade como todos os outros.

Alguns perdem a fé no foco central da sua denominação ou tradição. Eles não perdem a fé em Deus, mas não conseguem mais agir como um bom Batista ou ou um bom Luterano. Uns simplesmente perdem a fé por completo e outros sentem que a mensagem se tronou tão desgastante que as palavras que um dia foram suficientes para os manter agora são apenas um monte de verbos e adjetivos inúteis.

Alguns ficam esgotados, "queimados" para o ministério, e outros deprimidos de alguma forma. O estado e insatisfação chega ao ponto de que qualquer desculpa seria importante para evitar que o ministro seja um líder de claques todas as manhãs de Domingo por causa do Evangelho. A razão porque eles querem fugir é relevante. Mas questão real, a única de que necessitamos de falar, é como eles lidam coma dificuldade se eles não podem ir para mais lado nenhum.

Uma vez que eles não têm, ou perderam capacidades profissionais para enfrentar o mercado de trabalho e estão na meia-idade, então eles simplesmente não têm qualquer outra possibilidade de ter um bom emprego.

E agora?

Esse não é um trabalho onde você se sente bem porque está a fingir, certo? Uma coisa é manter o seu emprego como vendedor de imóveis durante alguns anos e enquanto isso vai descobrindo o próximo passo a dar na vida, mas outra coisa é continuar a pregar a Palavra de Deus todas as manhãs de Domingo, quando não quer estar lá. O primeiro é aceitável, sincero e compensador, o segundo é hipócrita. Então, como os ministros irão lidar com essa questão?

Por Gordon Atkinson

Vídeo adicionado posteriormente e que recomendo:
 Video sobre a família do Pastor (facebook)

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