A Igreja
cristã nos dias de hoje está a atravessar momentos de dificuldade de vária
ordem: secularismo, apostasia, doutrinas e práticas estranhas, descrédito
causado por escândalos, etc...
Mas Deus
tem uma igreja que é discreta, fiel e santa. Em alguns pontos ocasionalmente
surgem focos de avivamento, milagres e grandes vitórias. A história mostra-nos
que depois de crises de fé ou mesmo de perseguição, Deus renova a sua igreja
com grande força e impacto na sociedade.
É nestas ocasiões de crise, mudanças e perca de valores espirituais que a carga dos líderes fica demasiado pesada porque entretanto o descontentamento instala-se entre o povo. Foi o caso de Moisés no segundo ano depois da saída do Egipto.
Deus então preparara um segundo mover do seu Espírito pois Ele não queria que Sua Presença no meio do povo se tornasse numa rotina entediante.
Por isso
pessoas como Eldade e Madade são um novo alento, uma frescura e a prova de que
Deus não dorme. Eldade e Medade não estavam na tenda da congregação mas eles estavam
sob a mira de Deus.
Eldade significa “Deus ama” e Medade significa “amor”. Deus usa e demonstra o seu
amor nas ocasiões mais adversas para nos colocar de volta na trajetória que Ele
tem para a nossa vida.
Números
11:16,17 “Disse então o Senhor a Moisés:
Ajunta-me setenta homens dos anciãos de Israel, que sabes serem os anciãos do
povo e seus oficiais; e os trarás perante a tenda da revelação, para que
estejam ali contigo. Então descerei e ali falarei contigo, e tirarei do
espírito que está sobre ti, e o porei sobre eles; e contigo levarão eles o peso
do povo para que tu não o leves só. “
Números
11:25-29 “Então o Senhor desceu: na
nuvem, e lhe falou; e, tirando do espírito que estava sobre ele, pô-lo sobre
aqueles setenta anciãos; e aconteceu que, quando o espírito repousou sobre eles
profetizaram, mas depois nunca mais o fizeram.
Mas no arraial ficaram dois homens;
chamava-se um Eldade, e o outro Medade; e repousou sobre eles: o espírito,
porquanto estavam entre os inscritos, ainda que não saíram para irem à tenda; e
profetizavam no arraial.
Correu, pois, um moço, e anunciou a
Moisés e disse: Eldade e Medade profetizaram no arraial.
Então Josué, filho de Num, servidor
de Moisés, um dos seus mancebos escolhidos, respondeu e disse: Meu Senhor
Moisés, proíbe-lho.
Moisés, porém, lhe disse: Tens tu
ciúmes por mim? Oxalá que do povo do Senhor todos fossem
profetas, que o Senhor pusesse o seu espírito sobre eles!”
I. Deus dá instruções a Moisés.
Deus manda
Moisés reunir 70 homens, mas não disse quais deles deveria escolher. E assim
foi, reunida “a tropa”, eles realmente foram cheios do Espírito de Deus mas
depois nunca mais exerceram qualquer responsabilidade ou sequer profetizaram. Depois
daquela reunião de avivamento tornaram-se tão inúteis como antes.
Quantos não
há por aí que em tempos foram revestidos de uma unção especial e abandonaram a
sua chamada ou então apenas vivem de boas memórias?
Naturalmente
que um líder tem os seus critérios para escolher pessoas e naturalmente Moisés
deverá ter escolhido entre aqueles que ele achava serem os melhores.
- Este é o
tipo de ajuntamento que lembra os cultos especiais, a tentativa de fazer uma
coisa diferente para levantar o ânimo do povo.
- Quando
falha a visão e o progresso os líderes tentam promover cultos especiais para
tentar mudar alguma coisa, mas apenas acontece algum movimento do Espírito de
Deus, e nada muda.
Deus não
permite que homens, por mais conceituados que sejam, tomem a Sua posição ou
tomem as Suas decisões. Por mais e maiores crises que possamos passar Deus será
sempre quem trará a última resposta.
Não sabemos
de que forma o Espírito de Deus tomou os setenta mas sabemos para que este tipo
de unção profética serve: para dar força, para dar coragem, para nos fazer
seguir em frente, para sabermos que profundamente Deus está em nós para ser o
nosso Guia, Consolador e Ajudador.
II. Deus queria que os setenta
ajudassem Moisés na liderança do povo.
Deus nunca nos
dá algo apenas para que a “nossa barriga se encha”, Ele faz isso porque tem como
objetivo usar-nos para o bem da comunidade cristã e do nosso próximo. Um homem
cheio de Deus não é uma estrela de cinema para se enriquecer: é um vaso de
barro para Deus o usar na construção da Sua obra e do Seu Reino.
O texto é
claro dizendo-nos que os setenta não fizeram mais nada depois daquele “culto
especial”. Parece também que Moisés não se envolveu mais no assunto ou pelo
menos não tem voz ativa no desfecho deste culto de avivamento.
Mas se Moisés
os tinha convocado é porque também tinha alguma expectativa relativamente aos
resultados. Quem planeia, faz, mas também avalia, portanto, podemos considerar
como Moisés terá ficado decepcionado quando percebeu que os 70 vieram apenas
para receber, ter uma experiência sobrenatural, e depois disso não tiveram mais
nada para dar. O texto tem um desfecho negativo do evento: “depois nunca mais o fizeram”!
III. O Espírito de Deus veio sobre
Eldade e Meldade fora da tenda da congregação.
Aqui Deus ensina-nos
outra grande lição: quando um homem se esquece de nós ou nos perde de vista,
Deus não se esquece de nós. Aquele que tem o coração disponível está sempre
debaixo da mira de Deus, mesmo quando não está reunido com “os escolhidos pelo
homem”.
A forma como
Deus trata com aqueles que escolhe é muito especial. Não sabemos porque eles
estavam do lado de fora e poderíamos colocar muitas possibilidades, mas só
sabemos que estavam de fora.
- Foram postos de parte?
- O culto terminou e eles ficaram por perto?
- O culto terminou e eles não se sentiram completamente satisfeitos?
- Foram postos de parte?
- O culto terminou e eles ficaram por perto?
- O culto terminou e eles não se sentiram completamente satisfeitos?
O certo é
que todos nós achamos que Deus tem que se manifestar da forma e no local que
nós entendemos, mas Deus é que é soberano. Deus manifesta-se em quem está
disponível e em quem Ele
entende.
IV. O primeiro ciúme depois da saída
do Egipto.
Moisés é
questionado por Josué relativamente a Eldade e Medade.
Números
11:26 “Mas no arraial ficaram dois
homens; chamava-se um Eldade, e o outro Medade; e repousou sobre eles: o
espírito, porquanto estavam entre os inscritos, ainda que não saíram para irem
à tenda; e profetizavam no arraial.”
Todos nós
sabemos da importância de Josué na história de Israel.
A dúvida de
Josué era legítima: Eldade e Medade só estavam dentro dos padrões pela metade,
não estavam exatamente dentro da estrutura que lhes permitisse profetizar.
Muitas
vezes nós queremos que aquele resultado seja apenas alcançado daquela maneira,
mas não é assim, Deus não vê como vê o homem e não age como ele entende.
Precisamos
de rever os nossos padrões e exigências relativamente aos outros se queremos de
facto estar enquadrados na vontade de Deus. Se não estamos disponíveis para
“profetizar dentro” precisamos de dar espaço para aqueles que desejam
“profetizar fora”.
No Reino de
Deus não pode haver limitações provocadas pelas estruturas humanas. Temos de dar
lugar aqueles que têm o coração dedicado a Deus. Estime-os. Honre-os. Dê-lhes
apoio e não se oponha ao mover de Deus no meio da congregação.
Josué, no
seu ímpeto de que tudo estivesse bem, estava longe do mover de Deus e obteve
como resposta: “Oxalá que do povo do
Senhor todos fossem profetas, que o Senhor pusesse o seu espírito sobre eles!”
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