sexta-feira, 8 de novembro de 2013

As vitórias de Ana


Ana é uma mulher de fé. Teve uma vida marcada por experiências profundas no seu relacionamento Deus. Viveu numa época e num contexto cultural em que a esterilidade como uma maldição, um preconceito e era rejeitada pela sociedade.

Para agravo da situação Penina, sabendo que Elcana amava mais a Ana, humilhava-a provocando-lhe sofrimento e dor. Elcana estava casado com duas mulheres porque naquele isso tempo era vulgar pois o Estado de Israel estava fora da direção de Deus, em total corrupção moral e espiritual.


“Então Ana se levantou, depois que comeram e beberam em Siló; e Eli, sacerdote, estava assentado numa cadeira, junto a um pilar do templo do SENHOR. Ela, pois, com amargura de alma, orou ao SENHOR, e chorou abundantemente. E fez um voto, dizendo: SENHOR dos Exércitos! Se benignamente atentares para a aflição da tua serva, e de mim te lembrares, e da tua serva não te esqueceres, mas à tua serva deres um filho homem, ao SENHOR o darei todos os dias da sua vida, e sobre a sua cabeça não passará navalha.” I Samuel 1:9-11

Penina gerava filhos e filhas enquanto Ana não gerava nenhum, o que acrescentava a Ana vergonha, tristeza, angústia, e um sentimento de rejeição de Deus.

“Ora, a sua rival muito a provocava para irritá-la, porque o Senhor lhe havia cerrado a madre. E assim sucedia de ano em ano que, ao subirem à casa do Senhor, Penina provocava a Ana; pelo que esta chorava e não comia.”
I Samuel 1:6, 7

Então temos uma Ana de caráter doce, amável, devota, que suporta muitas pressões dentro e fora do lar. Mas os seus maiores inimigos estavam dentro dela própria e eram estes que a faziam definhar lentamente. É na alma (na mente) que se travam os maiores conflitos; as derrotas e as vitórias estão dentro de cada um de nós.

Ana poderia como a generalidade das pessoas ter inveja de Penina e revoltar-se contra Deus, mas ela decidiu usar uma estratégia diferente: orar e fazer um voto com Deus para mudar o seu futuro. Ela usou as pedras que lhe atiraram para construir um castelo forte.

“No dia em que Elcana sacrificava, costumava dar quinhões a Penina, sua mulher, e a todos os seus filhos e filhas; porém a Ana, embora a amasse, dava um só quinhão, porquanto o Senhor lhe havia cerrado a madre.”
I Samuel 1:4

Ana era amada pelo esposo, mas quem gerava filhos era Penina e isso abatia cada vez mais o espírito de Ana. Mas Penina, porque Ana era a predileta de Elcana, ficava com ódio e inveja.

Que contradição injusta: uma mulher abençoada mas arrogante e uma mulher infértil mas humilde. Com tudo isso Ana sofria em silêncio mas no seu íntimo ela clamava.

Embora Elcana soubesse da razão do choro de Ana não encontramos nela qualquer murmuração ou queixa para o marido, mas vemos uma mulher que traz as suas petições em secreto a Deus.
                      
“Ela, pois, com amargura de alma, orou ao Senhor, e chorou muito, e fez um voto, dizendo: Ó Senhor dos exércitos! Se deveras atentares para a aflição da tua serva, e de mim te lembrares, e da tua serva não te esqueceres, mas lhe deres um filho varão, ao Senhor o darei por todos os dias da sua vida, e pela sua cabeça não passará navalha.” I Samuel 1:10,11.

Uma força inabalável em Deus e uma fé genuína faz deter qualquer força nesta terra ou flecha arremessada contra nós. Ana obtém vitória quando determina que não irá desistir. Quando ela sai do templo era outra Ana, já não estava triste pois sabia que Deus a tinha ouvido e pela voz do sacerdote tinha alcançado paz. “Ao que disse ela: Ache a tua serva graça aos teus olhos. Assim a mulher se foi o seu caminho, e comeu, e já não era triste o seu semblante.” I Samuel 1:18

As sete dificuldades de Ana:

1. Esterilidade. “Porém a Ana dava uma parte excelente; porque amava a Ana, embora o SENHOR lhe tivesse deixado estéril.” Vs 5

2. Humilhação. “E a sua rival excessivamente a provocava, para a irritar; porque o SENHOR lhe tinha deixado estéril.” Vs 6

3. Tristeza. “Então Elcana, seu marido, lhe disse: Ana, por que choras? E por que não comes? E por que está mal o teu coração? Não te sou eu melhor do que dez filhos?” Vs 8

4. Amargura de alma. “Ela, pois, com amargura de alma, orou ao SENHOR, e chorou abundantemente.” Vs 10

5. Atribulada de espírito. “Porém Ana respondeu: Não, senhor meu, eu sou uma mulher atribulada de espírito; nem vinho nem bebida forte tenho bebido; porém tenho derramado a minha alma perante o SENHOR.” Vs 15

6. Ansiedade. “Não tenhas, pois, a tua serva por filha de Belial; porque pelo excesso da minha ansiedade e da minha aflição é que tenho falado até agora.” Vs 16a

7. Aflição. “Não tenhas, pois, a tua serva por filha de Belial; porque pelo excesso da minha ansiedade e da minha aflição é que tenho falado até agora.” Vs 16b

As sete virtudes de Ana:

1. Sinceridade e transparência. Ana não escondeu a sua dor e seu sofrimento. Seus olhos e o semblante caídos demonstravam o estado de sua alma. Não escondeu do seu marido e quando questionada pelo sacerdote Eli, confessou a angústia de sua alma. “... sou uma mulher atribulada de espírito; nem vinho nem bebida forte tenho bebido; porém tenho derramado a minha alma perante o SENHOR.” I Samuel 1:15

2. Fé inabalável. Quando tudo apontava para a impossibilidade, quando o seu ventre dizia não; quando os médicos a teriam desenganado; quando os ventos sopravam contrários; ela, todavia, acreditava e esperava na resposta de seu Deus.

3. Perseverança na oração. “Demorando-se ela a orar perante e Senhor, Eli observou a sua boca.” I Samuel 1:12

4. Abnegação e doação. O coração de Ana era desprovido de todo egoísmo. O filho que tanto desejava, prometeu-o ao Senhor.

5. Mulher de adoração e de louvor. A adoração de Ana é centrada em Deus, é carregada de verdades profundas sobre o domínio, soberania, poder de Deus sobre os homens, a obra da criação. O louvor de Ana demonstra uma intimidade com Deus muito intensa. I Samuel 2:1-10

6. Mãe exemplar e amorosa. Amamentou Samuel, dando-lhe amor e carinho, sabendo que o levaria para ser criado no templo, em total dependência de Deus.

7. Influenciadora de gerações. Ana influencia gerações de homens e mulheres tementes a Deus: o rei Davi recita no Salmo 113 parte do louvor de Ana. Maria, mãe de Jesus, declama o magnífica em Lucas 1:46-55 como parte do louvor e adoração que aprendeu com Ana, no exemplo de mulher dedicada a Deus.

O amor de Ana por Samuel é significativo. O seu primogénito ofereceu-o ao Senhor e por isso a sua descendência foi abençada.

“De modo que Ana concebeu e, no tempo devido, teve um filho, ao qual chamou Samuel; porque, dizia ela, o tenho pedido ao Senhor. Subiu, pois aquele homem, Elcana, com toda a sua casa, para oferecer ao Senhor o sacrifício anual e cumprir o seu voto. Ana, porém, não subiu, pois disse a seu marido: Quando o menino for desmamado, então e levarei, para que apareça perante o Senhor, e lá fique para sempre. E Elcana, seu marido, lhe disse: Faz o que bem te parecer; fica até que o desmames; tão-somente confirme o Senhor a sua palavra. Assim ficou a mulher, e amamentou seu filho, até que o desmamou. Depois de o ter desmamado, ela o tomou consigo, com um touro de três anos, uma efa de farinha e um odre de vinho, e o levou à casa do Senhor, em Siló; e era o menino ainda muito criança.
Então degolaram o touro, e trouxeram o menino a Eli; e disse ela: Ah, meu Senhor! tão certamente como vive a tua alma, meu Senhor, eu sou aquela mulher que aqui esteve contigo, orando ao Senhor. Por este menino orava eu, e o Senhor atendeu a petição que eu lhe fiz. Por isso eu também o entreguei ao Senhor; por todos os dias que viver, ao Senhor está entregue. E adoraram ali ao Senhor.”
I Samuel 1:20-28

“Samuel, porém, ministrava perante o Senhor, sendo ainda menino, vestido de um éfode de linho. E sua mãe lhe fazia de ano em ano uma túnica pequena, e lha trazia quando com seu marido subia para oferecer o sacrifício anual. Então Eli abençoava a Elcana e a sua mulher, e dizia: O Senhor te dê desta mulher descendência, pelo empréstimo que fez ao Senhor. E voltavam para o seu lugar. Visitou, pois, o Senhor a Ana, que concebeu, e teve três filhos e duas filhas. Entrementes, o menino Samuel crescia diante do Senhor.”
I Samuel 2:18-21

São portanto muitos os frutos na vida de Ana que pela sua fé, dedicação, abnegação, perseverança e exemplo de mãe; suplantou e venceu os inimigos terríveis e covardes que atuavam dentro da sua alma.

Que a vida e as vitórias de Ana sirvam de inspiração a muitas mulheres e homens que vivem atormentados pelos inimigos que afligem as suas almas os quais têm sobre si promessas de Deus que precisam ser cumpridas. Os nossos filhos pertencem a Deus, é Ele que sabe melhor protegê-los e livrá-los dos males desta terra.

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