Ana é uma mulher de fé. Teve uma vida marcada por experiências profundas no seu relacionamento Deus. Viveu numa época e num contexto cultural em que a esterilidade como uma maldição, um preconceito e era rejeitada pela sociedade.
Para agravo da situação Penina, sabendo que Elcana amava mais a Ana, humilhava-a provocando-lhe sofrimento e dor. Elcana estava casado com duas mulheres porque naquele isso tempo era vulgar pois o Estado de Israel estava fora da direção de Deus, em total corrupção moral e espiritual.
“Então Ana se levantou, depois que comeram e beberam em Siló; e Eli, sacerdote, estava assentado numa cadeira, junto a um pilar do templo do SENHOR. Ela, pois, com amargura de alma, orou ao SENHOR, e chorou abundantemente. E fez um voto, dizendo: SENHOR dos Exércitos! Se benignamente atentares para a aflição da tua serva, e de mim te lembrares, e da tua serva não te esqueceres, mas à tua serva deres um filho homem, ao SENHOR o darei todos os dias da sua vida, e sobre a sua cabeça não passará navalha.” I Samuel 1:9-11
“Ora, a sua rival muito a provocava
para irritá-la, porque o Senhor lhe havia cerrado a madre. E assim sucedia de
ano em ano que, ao subirem à casa do Senhor, Penina provocava a Ana; pelo que
esta chorava e não comia.”
I Samuel 1:6, 7
I Samuel 1:6, 7
Então temos
uma Ana de caráter doce, amável, devota, que suporta muitas pressões dentro e
fora do lar. Mas os seus maiores inimigos estavam dentro dela própria e eram estes que a faziam definhar lentamente. É na alma (na
mente) que se travam os maiores conflitos; as derrotas e as vitórias estão
dentro de cada um de nós.
Ana
poderia como a generalidade das pessoas ter inveja de Penina e revoltar-se contra
Deus, mas ela decidiu usar uma estratégia diferente: orar e fazer um voto com
Deus para mudar o seu futuro. Ela usou as pedras que lhe atiraram para
construir um castelo forte.
“No dia em que Elcana sacrificava,
costumava dar quinhões a Penina, sua mulher, e a todos os seus filhos e filhas;
porém a Ana, embora a amasse, dava um só quinhão, porquanto o Senhor lhe havia
cerrado a madre.”
I Samuel
1:4
Ana era
amada pelo esposo, mas quem gerava filhos era Penina e isso abatia cada vez mais o espírito
de Ana. Mas Penina, porque Ana era a predileta de Elcana, ficava com
ódio e inveja.
Que
contradição injusta: uma mulher abençoada mas arrogante e uma mulher infértil mas
humilde. Com tudo isso Ana sofria em silêncio mas no seu íntimo ela clamava.
Embora Elcana soubesse da razão do choro de Ana não
encontramos nela qualquer murmuração ou queixa para o marido, mas vemos uma mulher que traz as suas petições em secreto a Deus.
“Ela, pois, com amargura de alma, orou
ao Senhor, e chorou muito, e fez um voto, dizendo: Ó Senhor dos exércitos! Se
deveras atentares para a aflição da tua serva, e de mim te lembrares, e da tua
serva não te esqueceres, mas lhe deres um filho varão, ao Senhor o darei por
todos os dias da sua vida, e pela sua cabeça não passará navalha.” I Samuel 1:10,11.
Uma força
inabalável em Deus e uma fé genuína faz deter qualquer força nesta terra ou
flecha arremessada contra nós. Ana obtém vitória quando determina que não
irá desistir. Quando ela sai do templo era outra Ana, já não estava triste pois
sabia que Deus a tinha ouvido e pela voz do sacerdote tinha alcançado paz. “Ao que disse ela: Ache a tua serva graça
aos teus olhos. Assim a mulher se foi o seu caminho, e comeu, e já não era
triste o seu semblante.” I Samuel 1:18
As sete dificuldades
de Ana:
1.
Esterilidade. “Porém a Ana dava uma parte
excelente; porque amava a Ana, embora o SENHOR lhe tivesse deixado estéril.”
Vs 5
2. Humilhação. “E a sua rival excessivamente a provocava, para a irritar; porque o SENHOR lhe tinha deixado estéril.” Vs 6
3.
Tristeza. “Então Elcana, seu marido, lhe
disse: Ana, por que choras? E por que não comes? E por que está mal o teu
coração? Não te sou eu melhor do que dez filhos?” Vs 8
4. Amargura de alma. “Ela, pois, com amargura de alma, orou ao SENHOR, e chorou abundantemente.” Vs 10
5.
Atribulada de espírito. “Porém Ana
respondeu: Não, senhor meu, eu sou uma mulher atribulada de espírito; nem vinho
nem bebida forte tenho bebido; porém tenho derramado a minha alma perante o
SENHOR.” Vs 15
6.
Ansiedade. “Não tenhas, pois, a tua serva
por filha de Belial; porque pelo excesso da minha ansiedade e da minha aflição
é que tenho falado até agora.” Vs 16a
7. Aflição.
“Não tenhas, pois, a tua serva por filha
de Belial; porque pelo excesso da minha ansiedade e da minha aflição é que
tenho falado até agora.” Vs 16b
As sete
virtudes de Ana:
1.
Sinceridade e transparência. Ana não escondeu a sua dor e seu sofrimento. Seus
olhos e o semblante caídos demonstravam o estado de sua alma. Não escondeu do
seu marido e quando questionada pelo sacerdote Eli, confessou a angústia de sua
alma. “... sou uma mulher atribulada de espírito; nem vinho nem bebida
forte tenho bebido; porém tenho derramado a minha alma perante o SENHOR.” I
Samuel 1:15
2. Fé
inabalável. Quando tudo apontava para a impossibilidade, quando o seu ventre
dizia não; quando os médicos a teriam desenganado; quando os ventos sopravam
contrários; ela, todavia, acreditava e esperava na resposta de seu Deus.
3.
Perseverança na oração. “Demorando-se ela
a orar perante e Senhor, Eli observou a sua boca.” I Samuel 1:12
4.
Abnegação e doação. O coração de Ana era desprovido de todo egoísmo. O filho
que tanto desejava, prometeu-o ao Senhor.
5. Mulher
de adoração e de louvor. A adoração de Ana é centrada em Deus, é carregada de
verdades profundas sobre o domínio, soberania, poder de Deus sobre os homens, a
obra da criação. O louvor de Ana
demonstra uma intimidade com Deus muito intensa. I Samuel 2:1-10
6. Mãe
exemplar e amorosa. Amamentou Samuel, dando-lhe amor e carinho, sabendo que o
levaria para ser criado no templo, em total dependência de Deus.
7.
Influenciadora de gerações. Ana influencia gerações de homens e mulheres
tementes a Deus: o rei Davi recita no Salmo 113 parte do louvor de Ana. Maria,
mãe de Jesus, declama o magnífica em Lucas 1:46-55 como parte do louvor e
adoração que aprendeu com Ana, no exemplo de mulher dedicada a Deus.
O amor de
Ana por Samuel é significativo. O seu primogénito ofereceu-o ao Senhor e por
isso a sua descendência foi abençada.
“De modo que Ana concebeu e, no
tempo devido, teve um filho, ao qual chamou Samuel; porque, dizia ela, o tenho
pedido ao Senhor. Subiu, pois aquele homem, Elcana,
com toda a sua casa, para oferecer ao Senhor o sacrifício anual e cumprir o seu
voto. Ana, porém, não subiu, pois disse a
seu marido: Quando o menino for desmamado, então e levarei, para que apareça
perante o Senhor, e lá fique para sempre. E Elcana, seu marido, lhe disse: Faz o que bem te parecer; fica até que o desmames; tão-somente confirme o
Senhor a sua palavra. Assim ficou a mulher, e amamentou seu filho, até que o
desmamou. Depois de o ter desmamado, ela o
tomou consigo, com um touro de três anos, uma efa de farinha e um odre de
vinho, e o levou à casa do Senhor, em Siló; e era o menino ainda muito criança.
Então degolaram o touro, e trouxeram
o menino a Eli; e disse ela: Ah, meu Senhor! tão
certamente como vive a tua alma, meu Senhor, eu sou aquela mulher que aqui
esteve contigo, orando ao Senhor. Por este menino orava eu, e o Senhor
atendeu a petição que eu lhe fiz. Por isso eu também o entreguei ao
Senhor; por todos os dias que viver, ao Senhor está entregue. E adoraram ali ao
Senhor.”
I Samuel
1:20-28
“Samuel, porém, ministrava perante o
Senhor, sendo ainda menino, vestido de um éfode de linho. E sua mãe lhe fazia de ano em ano
uma túnica pequena, e lha trazia quando com seu marido subia para oferecer o
sacrifício anual. Então Eli abençoava a Elcana e a sua
mulher, e dizia: O Senhor te dê desta mulher descendência, pelo empréstimo que
fez ao Senhor. E voltavam para o seu lugar. Visitou, pois, o Senhor a Ana, que
concebeu, e teve três filhos e duas filhas. Entrementes, o menino Samuel
crescia diante do Senhor.”
I Samuel
2:18-21
São portanto
muitos os frutos na vida de Ana que pela sua fé, dedicação, abnegação,
perseverança e exemplo de mãe; suplantou e venceu os inimigos terríveis e
covardes que atuavam dentro da sua alma.
Que a vida
e as vitórias de Ana sirvam de inspiração a muitas mulheres e homens que vivem
atormentados pelos inimigos que afligem as suas almas os quais têm sobre si promessas de Deus que precisam ser cumpridas. Os nossos
filhos pertencem a Deus, é Ele que sabe melhor protegê-los e livrá-los dos
males desta terra.
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