I Reis 19:2-8 “Então Jezabel mandou um
mensageiro a Elias, a dizer-lhe: Assim me façam os deuses, e outro tanto, se
até amanhã a estas horas eu não fizer a tua vida como a de um deles. Quando ele viu isto,
levantou-se e, para escapar com vida, se foi. E chegando a Berseba, que
pertence a Judá, deixou ali o seu moço. Ele, porém, entrou pelo
deserto caminho de um dia, e foi sentar-se debaixo de um zimbro; e pediu para
si a morte, dizendo: Já basta, ó Senhor; toma agora a minha vida, pois não sou
melhor do que meus pais. E deitando-se debaixo do
zimbro, dormiu; e eis que um anjo o tocou, e lhe disse: Levanta-te e come. Ele olhou, e eis que à
sua cabeceira estava um pão cozido sobre as brasas, e uma botija de água. Tendo
comido e bebido, tornou a deitar-se. O anjo do Senhor veio
segunda vez, tocou-o, e lhe disse: Levanta-te e come, porque demasiado longa te
será a viagem. Levantou-se, pois, e
comeu e bebeu; e com a força desse alimento caminhou quarenta dias e quarenta
noites até Horebe, o monte de Deus.”
Muitas vezes ficamos tão fascinados com o registo
bíblico sobre homens e mulheres de Deus que acabamos por esquecer que todos eles eram
humanos.
Passamos a vê-los como heróis e como tal acreditamos que eles não tinham falhas. Todavia, a Escritura mostra os homens de Deus como de facto são: fiéis, vigorosos, destemidos, corajosos e ousados – mais ainda assim humanos.
Passamos a vê-los como heróis e como tal acreditamos que eles não tinham falhas. Todavia, a Escritura mostra os homens de Deus como de facto são: fiéis, vigorosos, destemidos, corajosos e ousados – mais ainda assim humanos.
Ele foi um profeta que deixou o seu legado na
história bíblica como um gigante espiritual.
Um servo de Deus de convicções profundas e consciente da sua missão profética. Por causa disso ele enfrentou:
- governantes,
- falsos profetas e
- o coração de um povo dividido.
- governantes,
- falsos profetas e
- o coração de um povo dividido.
I Reis 18:17-21
“E sucedeu que, vendo
Acabe a Elias, disse-lhe: És tu, perturbador de Israel? Respondeu Elias: Não sou
eu que tenho perturbado a Israel, mas és tu e a casa de teu pai, por terdes
deixado os mandamentos do Senhor, e por teres tu seguido os baalins. Agora pois manda reunir-se
a mim todo o Israel no monte Carmelo, como também os quatrocentos e cinquenta
profetas de Baal, e os quatrocentos profetas de Asera, que comem da mesa de
Jezabel. Então Acabe convocou
todos os filhos de Israel, e reuniu os profetas no monte Carmelo. E Elias se chegou a todo
o povo, e disse: Até quando coxeareis entre dois pensamentos? Se o Senhor é
Deus, segui-o; mas se Baal, segui-o. O povo, porém, não lhe respondeu nada.”
Confrontar políticos e religiosos é muito desgante. Isso
que fez aflorar na vida do profeta todo o seu lado humano, frágil e
carente da ajuda divina.
I. UM HOMEM ABSOLUTAMENTE NORMAL.
1. Um homem espiritual.
Elias era um homem espiritual e vários factos
narrados nas Escrituras atestam essa verdade. Primeiro, vemos Elias como um
profeta profundamente envolvido com a Palavra de Deus: “… conforme a tua palavra fiz todas estas coisas” (I Rs 18.36). Em
segundo lugar, o profeta possuía uma vida devocional intensa. Ele era
um homem de oração:
“E Acabe subiu a comer e
a beber; mas Elias subiu ao cume do Carmelo, e se inclinou por terra, e meteu o
seu rosto entre os seus joelhos. E disse ao seu moço: Sobe agora e olha para a
banda do mar. E subiu, e olhou e disse: Não há nada. Então disse ele: Torna lá
sete vezes” (1 Rs 18.42,43). Elias conhecia os infinitos recursos da oração!
2. Um homem sentimental.
Elias não era apenas um homem espiritual,
ele era também sentimental. O apóstolo Tiago afirma que: “Elias era homem sujeito às mesmas paixões que nós e, orando, pediu que
não chovesse, e, por três anos e seis meses, não choveu sobre a terra” (Tg
5.17).
Tiago diz duas coisas importantíssimas sobre Elias que nós parecemos esquecer:
Tiago diz duas coisas importantíssimas sobre Elias que nós parecemos esquecer:
Primeiro “Elias era homem”. Elias foi um gigante
espiritual, mas era homem! Não era um anjo nem divino.
Segundo: Elias não era apenas espiritual, era
também sentimental!
Alegrava-se, mas também se entristecia.
Talvez o que distingue Elias dos demais mortais
é que ele não punha máscaras nos seus sentimentos. Ele deitava-os para fora.
II. AS FRUSTRAÇÕES DE ELIAS
1. Decepção:
O capítulo 18 do primeiro Livro de Reis narra a
fantástica vitória que o profeta Elias obtivera sobre os profetas de Baal. O
Senhor tinha respondido á oração do seu servo, enviando fogo do céu em resposta
à sua oração (I Rs 18.38).
O que Elias esperava em resposta a esse
avivamento era um total quebrantamento do povo, incluindo a casa real. Todavia,
o milagre extraordinário de Deus não provocou qualquer mudança, nem no povo, nem na casa real. Ao contrário, Jezabel, a mulher do rei Acabe, mandou dizer a Elias, em tom de sentença: “Assim me façam os deuses e outro tanto se
decerto amanhã a estas horas não puser a tua vida como a de um deles” (I Rs
19.2).
Parece que a vitória tinha se tornado numa
derrota! Por isso Elias ficou decepcionado, não com o seu Deus, mas com
o Rei!
2. Medo.
Diante da ameaça de morte sentenciada pela
rainha Jezabel, a reação de Elias foi imediata: “O que vendo ele, se levantou, e, para escapar com vida, se foi, e,
veio a Berseba, que é de Judá, e deixou ali o seu moço” (I Reis 19.3).
Elias teve medo e fugiu! O homem que havia
confrontado Acabe e os falsos profetas de Baal e Aserá, agora fugia de uma
mulher!
Elias era um homem
semelhante a nós e sujeito aos mesmos sentimentos. Os gigantes também possuem
seus momentos de fraqueza! Não há dúvida que aqui os sentimentos falaram mais
alto do que a fé mesmo depois daquela demontração poderosa de Deus no monte Carmelo.
III. CONSEQUÊNCIAS.
1. Fuga e isolamento.
O texto sagrado destaca a fuga do profeta Elias.
I Reis 19.3. “Quando
ele viu isto, levantou-se e, para escapar com vida, se foi. E chegando a
Berseba, que pertence a Judá, deixou ali o seu moço.”
O homem de Deus que havia enfrentado situações
tão adversas, agora vê-se impotente diante das ameaças de uma rainha pagã. Viu-se
sem escapatória diante da nova situação e temeu pela sua vida.
Um aspecto curioso é que não está no texto qualquer recriminação de Deus a
Elias: nós também não devemos fazê-lo. Por outro lado, Elias não apenas
fugiu; ele também se isolou: “E ele se
foi ao deserto” (I Rs 19.4). Esse é um indicador de uma pessoa deprimida:
busca o isolamento.
3. Autopiedade
e desejo de morrer.
Vemos ainda as marcas do comportamento
depressivo do profeta na sua atitude de autopiedade, autocomiseração e desejo de morrer.
Elias achava que somente ele ficara como um
servo fiel do Senhor: “Eu fiquei só” (I Reis 19.10) e ainda achava que todos
tinham apostatado ou abandonado a fé, e que não havia mais fiéis na terra.
Mas o texto deixa claro que isso era uma visão distorcida da
realidade. Deus possuía ainda seus sete mil (I Reis 19.18).
Elias é o caso típico de depressão em que as pessoas perdem o encanto pela
vida. Elias precisava, portanto, urgentemente da ajuda de Deus.
IV. O PROVISÃO DIVINA
1. Provisão
física.
O socorro do Senhor chegou até o profeta na
forma de provisão física e material:
“E deitou-se e dormiu
debaixo de um zimbro; e eis que, então um anjo o tocou e lhe disse: Levanta-te
e come”
(1 Reis 19.5).
Mais um indicador de depressão de Elias: a falta
de apetite ou alteração dos hábitos alimentares. Neste estado, a pessoa pode
não querer comer como também pode possuir um apetite exagerado. Em ambos os
casos é necessário um auxílio externo. No caso do profeta, um anjo do Senhor é
quem o auxilia trazendo-lhe alimento e ordenando-lhe que coma.
“E olhou, e eis que à
sua cabeceira estava um pão cozido sobre as brasas e uma botija de água; e
comeu, e bebeu e tornou a deitar-se” (1 Rs 19.6).
2. Provisão
espiritual.
Elias alimentou-se de pão e água – elementos de
natureza material. Mas a cura de Elias só seria completa se obtivesse tratamento emocional e espiritual.
Mas não foi apenas um anjo que prestou auxilio ao profeta. O próprio Deus a quem Elias servia o guiou durante todo o tempo mesmo na sua fuga de Jezabel. A ida de Elias ao monte Horebe também fez parte dessa terapia porque ali Deus falou-lhe com uma voz suave e revitalizou a sua vida e ministério de forma a que não acabasse de forma inglória. (I Reis 19.8-15).
Mas não foi apenas um anjo que prestou auxilio ao profeta. O próprio Deus a quem Elias servia o guiou durante todo o tempo mesmo na sua fuga de Jezabel. A ida de Elias ao monte Horebe também fez parte dessa terapia porque ali Deus falou-lhe com uma voz suave e revitalizou a sua vida e ministério de forma a que não acabasse de forma inglória. (I Reis 19.8-15).
CONCLUSÃO
Pessoas normais, crentes fiéis e homens de Deus também "se vão abaixo". Os conflitos por vezes são tão severos que é preciso tirar um tempo para renovar as forças.
Se porventura tu estás a passar por uma situação difícil não consintas na tua vida com críticas que te abalem ainda mais. Se Deus não censurou Elias ninguém tem o direito de fazer isso contigo.
Mas lembre-se sempre que tu não estás sozinho neste mundo. O auxílio que tu precisas pode ser diversificado mas podem não ser suficientes os recursos humanos pois eles também são limitados.
O Senhor faz-se presente nas horas mais conflituosas da nossa vida e vem em nosso auxílio se o desejarmos e pedirmos.
Se porventura tu estás a passar por uma situação difícil não consintas na tua vida com críticas que te abalem ainda mais. Se Deus não censurou Elias ninguém tem o direito de fazer isso contigo.
Mas lembre-se sempre que tu não estás sozinho neste mundo. O auxílio que tu precisas pode ser diversificado mas podem não ser suficientes os recursos humanos pois eles também são limitados.
O Senhor faz-se presente nas horas mais conflituosas da nossa vida e vem em nosso auxílio se o desejarmos e pedirmos.
Lemos nos Salmos: “Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente na angústia”
(Salmos 46.1).
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