sexta-feira, 13 de setembro de 2013

A melhor oferta


A Bíblia conta-nos a história de Caim e Abel, os dois filhos de Adão, criados e educados com os mesmos princípios, mas com um caráter e personalidades totalmente diferentes.

Num determinado momento, Caim e Abel trouxeram uma oferta ao Senhor. fruto do trabalho deles. Era um momento específico, pré-determinado e muito provavelmente, periódico, em que se deveria oferecer algo em sacrifício a Deus.

“Aconteceu que no fim de uns tempos trouxe Caim do fruto da terra uma oferta ao SENHOR. Abel, por sua vez, trouxe das primícias do seu rebanho e da gordura deste. Agradou-se o SENHOR de Abel e de sua oferta, ao passo que de Caim e de sua oferta não se agradou.” (Gn 4.3-5)


Presentes não compram Deus. Deus não pode ser comprado por qualquer tipo de oferta. Mas agrada-se quando lhe ofertamos. Não é suposto que com presentes se compre alguém ou alguma coisa. O objetivo de um presente deve ser sempre apenas agradar.

É melhor oferecer flores numa ocasião especial do que depois de um erro cometido. É melhor surpreender alguém por “razão nenhuma”, do que presentear em ocasião esperada.

A avaliação de Deus de uma oferta, se ela é correta ou não, está mais ligada ao coração e motivação daquele que ofertou do que com o valor ou tipo de oferta em si. Observe que Deus agradou-se “de Abel” e “da sua oferta”.

Primeiro o Senhor olhou para o coração e a motivação de Abel. Deus olhou primeiro para Abel e depois observou que sua oferta era adequada. Da mesma forma Deus não se agradou “de Caim” e “da sua oferta”. Algo no coração e motivação de Caim não agradou a Deus. Mas que “algo” seria esse?

Vamos observar melhor o texto:

Genesis 4:4-7 “Abel também trouxe dos primogênitos das suas ovelhas, e da sua gordura. Ora, atentou o Senhor para Abel e para a sua oferta, mas para Caim e para a sua oferta não atentou. Pelo que irou-se Caim fortemente, e descaiu-lhe o semblante. Então o Senhor perguntou a Caim: Por que te iraste? e por que está descaído o teu semblante? Porventura se procederes bem, não se há de levantar o teu semblante? e se não procederes bem, o pecado jaz à porta, e sobre ti será o seu desejo; mas sobre ele tu deves dominar.”

A atitude depois da rejeição: Ira. A conclusão mais rápida é que há pessoas que não aprendem com os seus erros mesmo quando vêm exemplos bons daquilo que seria correcto fazer.

A cara de Caim mudou completamente.

Deus viu o estado em que ele se encontrava e deu-lhe a oportunidade de refazer tudo de novo e corretamente. Em poucas palavras entendemos que Deus é muito claro exortando-o a dominar o desejo da sua ira e em dar-lhe a oportunidade de corrigir o erro.

Deus é bondoso e misericordioso e não deseja que ninguém pereça, mas que todos cheguem ao arrependimento. Deus insiste para que Caim investigue a causa de sua oferta não ter sido aceite: “Se fizeres o bem, não serás aceite?”

Observe ainda que a atitude de Caim após a rejeição da sua pessoa e da sua oferta mostrou o que de verdade ele tinha em seu coração. Ele não amava a Deus. De seguida mata o seu irmão cruelmente e responde mal a Deus. (vs 6-10).

“Perguntou, pois, o Senhor a Caim: Onde está Abel, teu irmão? Respondeu ele: Não sei; sou eu o guarda do meu irmão?” Genesis 4:9

Voltando á questão da oferta.

Caim trouxe uma oferta “do fruto da terra”. Abel, por sua vez, deu algo das “primícias do seu rebanho e da gordura deste”.

Primícias é a parte mais preciosa de algo, a primeira parte. Abel ofereceu a Deus o melhor que tinha, enquanto que Caim não se preocupou minimamente com a qualidade do que ofereceu.

Isso aconteceu por causa do que já existia dentro dos seus corações: Caim tinha um coração desleixado; Abel tinha um coração de adorador.

Caim foi o primeiro a ofertar mas não foi o melhor. A diferença entre a oferta de Caim e de Abel não era o produto em si, mas o modo como foram apresentadas.

Hebreus 11:4 “Pela fé Abel ofereceu a Deus mais excelente sacrifício que Caim, pelo qual alcançou testemunho de que era justo, dando Deus testemunho das suas oferendas, e por meio dela depois de morto, ainda fala.”

Abel ofereceu uma oferta mais extraordinária que a de Caim. Abel preparou a sua oferta com fé visando agradar a Deus como regra indispensável. Abel preparou sua oferta com zelo, separando cuidadosamente para o Senhor o que tinha de melhor: as primeiras e melhores crias de seu rebanho.

Diante desta história, muitos podem pensar o quanto Deus foi exigente na avaliação da oferta dos dois irmãos, mas não podemos nos esquecer que Deus não é como o homem; o homem vê aparência, mas Deus olha para o coração.

O caso Caim e Abel está em quase todas as redes sociais da época: I João 3:11-12

“Porque esta é a mensagem que ouvistes desde o princípio, que nos amemos uns aos outros, não sendo como Caim, que era do Maligno, e matou a seu irmão. E por que o matou? Porque as suas obras eram más e as de seu irmão justas.”

João diz-nos que (o coração de) Abel era justo, mas o de Caim era mau.

Nem Jesus deixa escapar a oferta de Caim como um mau exemplo a seguir. Em Mateus Jesus cita Abel como justo e compara Caim com os fariseus hipócritas. Basta avaliar como eram escrupulosas as ofertas dos fariseus dando só o que esta prescrito na lei.

Mateus 23:34,35 “Portanto, eis que eu vos envio profetas, sábios e escribas: e a uns deles matareis e crucificareis; e a outros os perseguireis de cidade em cidade; para que sobre vós caia todo o sangue justo, que foi derramado sobre a terra, desde o sangue de Abel, o justo, até o sangue de Zacarias, filho de Baraquias, que mataste entre o santuário e o altar.”


Jesus cita Abel como justo e descaradamente compara Caim com os fariseus hipócritas. Basta avaliar como eram escrupulosas as ofertas dos fariseus dando só o que esta prescrito na lei.


Perguntas:

1. O que é ofertar a Deus? Em termos físicos a Deus não se dá nada, até porque Ele é o dono de todas as coisas, o que quer isso dizer então?

2. Todos passamos por momentos de rejeição em algum momento da nossa vida. Como reages quando és contrariado(a)?

3. Ofertar a Deus é ofertar ao próximo, é darmo-nos ao próximo. Não devemos ser destinos finais de tudo o que existe. De que forma podemos melhorar a nossa oferta a Deus?

4. Temos oferecido o que nos sobra ou o que nos custa? O que sobra do nosso tempo, o que sobra da nossa disposição, o que sobra dos nossos recursos etc, ou o que custa do nosso corpo e do nosso tempo?

5. A mensagem refere que Deus olha para a pessoa primeiro e para a oferta depois. Que tipo de pessoa és e que tipo de oferta tens?

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