Se os judeus fossem um povo perfeito e o Criador tivesse abandonado o restante da sua criação não teria sido necessário a Deus fazer uso do seu último recurso para trazer paz à humanidade: Jesus, O Cristo.
Apoio também incondicionalmente o meu país, por ser filho de portugueses, por ter nascido neste território e por ter jurado honrar a pátria na Marinha de Guerra Portuguesa onde servi entre os anos 1982-1991. Apoio o meu país independentemente da sua origem pois foi fruto de uma rebelião familiar; e da sua história, a boa e a má; e independentemente do seu governo, pois muitas vezes são tomadas decisões contrárias à minha consciência, como é o caso do aborto que vitima milhares de crianças todos os anos, e a corrupção que tem lançado o caos na nossa economia sobrecarregando posteriormente os cidadãos com mais impostos lançando milhares de famílias no desemprego e maior pobreza.
Apoio Israel pela razão da sua origem. Israel é o resultado da fé de um homem e da promessa a ele feita por, entre tantos deuses da terra, ter ousado escolher adorar UM Deus só, O único, O criador, O verdadeiro.
“Eu farei de ti uma grande nação; abençoar-te-ei, e engrandecerei o teu nome; e tu, sê uma bênção. Abençoarei aos que te abençoarem, e amaldiçoarei àquele que te amaldiçoar; e em ti serão benditas todas as famílias da terra.” Génesis 12:2,3
Quando Israel atravessou saiu do Egipto e entrou na terra a eles destinada mais do que uma vez Deus lhes fez saber que estariam naquele lugar que fossem um exemplo para as restantes nações. Deus cumpriu. Israel não cumpriu.
Mas Deus é Pai. Um pai não abandona os seus filhos mesmo quando eles prevaricam, por isso, na continuidade do seu plano para resgatar a humanidade derrubou uma separação que havia entre dois povos: os judeus e o resto do mundo. Para cumprir com esse plano Ele fundou uma Igreja com discípulos de ambos os povos como se fossem um só.
Deus cumpriu e Israel ficou pior do que antes estava. A igreja cumpriu mas apenas em parte. Por um tempo apenas a raiz de Israel ficou na terra até que de novo voltou a desabrochar no Séc. XX.
A bênção dada a Abraão atingiu em potencial todas as famílias da terra, aquelas que à semelhança de Abraão, pela fé, aceitaram o Enviado (Messias) de Deus o qual proferiu e praticou “Amai os vossos inimigos!”.
“Amai, porém a vossos inimigos, fazei bem e emprestai, nunca desanimado; e grande será a vossa recompensa, e sereis filhos do Altíssimo; porque ele é benigno até para com os integrantes e maus.” Lucas 6:35
A Igreja, comissionada por Deus e pela força sobrenatural do Espírito Santo espalhou por toda a parte que um profeta judeu se dispôs a pagar todos os pecados dos hebreus e dos gentios, e que por isso morreu, e ressuscitou ao terceiro dia, e dez dias depois regressou ao Pai subindo aos céus para continuar o seu trabalho de dedicação à reconciliação e paz entre os homens.
Mas a igreja, à semelhança de Israel, também se corrompeu confundindo as práticas bíblicas e a adoração a um só Deus (o Deus de Abraão) com outros deuses, e o ensino de Jesus com as práticas dos povos pagãos. Enquanto isso, Israel vagueava pelas nações mas perseverava na esperança de que um dia regressaria à terra prometida e a Igreja iniciou a sua trajetória de regresso ao ensino dos profetas e dos apóstolos.
Martinho Lutero (1483 - 1546) descobriu que a salvação não se compra com sacrifícios mas é concedida pela graça e mediante a fé, a mesma fé que salvou Abraão. Contudo, Lutero deixou os judeus de fora dessa generosidade graciosa de Deus e ainda escreveu textos nada abonatórios a respeito do povo que lhe deu a Bíblia, o que pode por em causa “que Graça é essa que ele descobriu”, a qual deixa de fora o judeu que foi alcançado antes do grego.
“Porque não me envergonho do evangelho, pois é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê; primeiro do judeu, e também do grego.” Romanos 1:16
João Calvino (1509 - 1564) observando meramente as circunstâncias do seu tempo, relativamente aos judeus, concluiu que por Israel ter rejeitado Jesus, Deus tinha entregue exclusiva e definitiva legitimidade à Igreja, ensinando que a última foi abençoada e o que primeiro foi destituído. Concluímos portanto que desta doutrina sai também uma reformulação da promessa feita a Abraão deixando de ser “todas as famílias” para “algumas famílias”. Na prática Jesus derrubou uma barreira mas a Igreja levantou outra.
“…Acaso rejeitou Deus ao seu povo? … Deus não rejeitou ao seu povo que antes conheceu…” Romamos 11:1
Mas Deus continua a oferecer a salvação a todos os homens, sem distinção de raça ou nacionalidade. A igreja está a cumprir? (O leitor que me responda porque esta pergunta poderá ser o maior atrevimento cometido neste texto).
Apoio Israel porque vejo nesta nação o amor de Deus por toda a humanidade. Mesmo quando Israel erra Deus está lá como sempre esteve com a Igreja que também tanto já errou e continua a errar.
Se Deus ama tanto Israel assim, mesmo não tendo reconhecido o seu Messias, então aí está mais uma prova de que também me ama e continuará a cuidar de mim.
Samuel Dias
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