Lucas 12:15-19 “E disse ao povo: Acautelai-vos e guardai-vos de toda espécie de cobiça; porque a vida do homem não consiste na abundância das coisas que possui. Propôs-lhes então uma parábola, dizendo: O campo de um homem rico produzira com abundância; e ele arrazoava consigo, dizendo: Que farei? Pois não tenho onde recolher os meus frutos. Disse então: Farei isto: derribarei os meus celeiros e edificarei outros maiores, e ali recolherei todos os meus cereais e os meus bens; e direi à minha alma: Alma, tens em depósito muitos bens para muitos anos; descansa, come, bebe, regala-te.”
Se Salomão hoje fosse vivo ocuparia um lugar destacado nas melhores
revistas “côr de rosa” do mundo, como por exemplo:
-
Os dez mais ricos;
-
Os dez homens mais sedutores;
-
Os dez homens mais empreendedores;
-
Os dez homens mais bem vestidos.
Este é o perfil do homem de sucesso que o mundo paga para admirar e tomar como modelo. As televisões pagariam caro para entrevistar Salomão, para ouvir a sua sabedoria e ele seria cada vez mais rico.
A Bíblia faz-lhe o retrato:
- a sua opulência reflete-se numa economia estável, povo feliz, sem guerra, que comia, bebia e regalava-se;
- Poder, dinheiro e sexo. Um conjunto raro ao alcance de poucos mortais, mas que muitos gostariam de ter;
- 700 mulheres e 300 amantes.
Mas Deus tirou-o das capas de revista. A sua Salvação é uma incógnita
que ele próprio reflecte nos seus últimos textos. A sua história é um paradoxo
com uma aparência diferente da realidade. Deus disse-lhe para escolher o que
quisesse e ele escolheu sabedoria. E teve tudo. Não foi o mais rico do mundo,
mas foi o mais sábio.
Porém este Deus traça nas mesmas escrituras que perfil deveria ter um
Rei de Israel:
Deuteronómio 17:16-19: “Ele,
porém, não multiplicará para si cavalos, nem fará voltar o povo ao Egipto, para
multiplicar cavalos; pois o Senhor vos tem dito: Nunca mais voltareis por este
caminho. Tampouco multiplicará para si mulheres, para que o seu coração não se
desvie; nem multiplicará muito para si a prata e o ouro. Será também que,
quando se assentar sobre o trono do seu reino, escreverá para si, num livro,
uma cópia desta lei, do exemplar que está diante dos levitas sacerdotes. E o
terá consigo, e nele lerá todos os dias da sua vida, para que aprenda a temer
ao Senhor seu Deus, e a guardar todas as palavras desta lei, e estes estatutos,
a fim de os cumprir;”
É impossível que qualquer Rei de Israel não conhecesse isto. È
impossível que qualquer cristão, com pelo menos um ano de Igreja, não conheça
certos princípios que fazem com que a nossa vida seja realmente preenchida. O
sábio afinal, não soube discernir entre aquilo que seria legítimo adquirir e o
que realmente poderia possuir.
Pense nisto:
- Há gente que tem mas não usufrui do que tem. E ainda quer mais;
- Há gente não tem e sabe viver com muito pouco;
- Há gente que perde e sabe viver sem nada;
- Há gente obcecada por ter tudo e nunca terá o suficiente.
A felicidade não pode ser uma obsessão a alcançar mas você será feliz
na sua jornada se viver uma vida com significado. Isto significa que: poder,
dinheiro e sexo não trazem felicidade. O que pode fazer um mortal feliz é uma
vida com significado.
Dito de uma forma mais concreta, se o seu sonho é efémero,
exclusivamente, Deus vai interferir e permitir que a nossa cara se suje no pó
da terra. Na fé cristã o cristianismo a essência precede a existência, portanto
é na nossa natureza que a nossa existência ganha valor.
Penso logo existo, de Descartes, é substituído no cristianismo por
“sou, logo vivo”. Deus criou o homem à Sua imagem e semelhança (essência).
O que é semelhança de Deus:
5 coisas:
- Deus é três. Pai, Filho e Espírito Santo. Portanto ninguém é feliz sozinho. E se vocês, casal, passarem a ser três, Deus, homem e mulher, serão mais felizes ainda.
- Deus compartilhou com o homem o domínio de tudo. Portanto é-se feliz partilhando com outros habilidades e capacidades. Isso faz-se num filho e em outras pessoas que nos rodeiam.
- Deus é Espírito. Logo a existência implica transcendência, contacto, intimidade, espiritualidade e cumplicidade com o outro e com o Divino.
- Deus é pessoal. Não é apenas uma mera força ou propagador de verdades e desejos para o homem. Isto implica desenvolvimento pessoal e aperfeiçoamento contínuo. (e não apenas as habilidades profissionais)
- Deus dá-se. Deus deu a sua vida pela humanidade. Ele morreu para que outros vivessem. Portanto melhor que uma razão para viver é uma causa pela qual morrer.
Isto é imagem de Deus. Você foi criado para ser semelhantes a Deus. Se
você procurar ser semelhante a Deus, será mais feliz. O criador fez-vos assim.
Dar um uso diferente à forma como Ele criou para funcionar de forma perfeita
vai fazer com que nos estraguemos.
Ser semelhante a Deus… Você pode baixar a sua fasquia, mas já foi
explicado o que é ser à imagem de Deus. Nós somos sempre imagem de qualquer
coisa, mas a escoçha também pode ser sempre nossa.
Ser feliz tornou-se obrigatório na sociedade de hoje mas também cada
vez mais difícil.
Para ser feliz o homem:
- Joga no euro-milhões;
- mata;
- explora;
- destrói a natureza;
- faz obras sociais;
- procura o melhor casamento;
- procura tóxicos;
- divorcia-se;
- compra um carro melhor que o do vizinho.
Felicidade é deixar transformar. Felicidade é prosseguir sempre e nunca
desistir. A felicidade de seguir o trilho que conduz à eternidade. E síntese,
precisamos de um padrão de vida e não apenas de meros objectivos terrenos, pois
estes desfiam a nossa vida.
Recordando Fontaine. “O Vento perguntou ao Fogo porque estava a
queimar o cordão, e ele respondeu: para que ele não desfie mas o que eu gosto
de fazer mesmo é queimar. A minha natureza é queimar, existo para queimar, não
apenas a ponta do cordão.”
O Homem foi feito à imagem e semelhança de Deus. Foi feito para viver,
não apenas para usufruir.
“A Água, entretanto, ouviu a conversa entre o Fogo e o Vento e disse:
também tenho uma meta, ser bebida até ao fim da tarde, mas do que eu gosto
mesmo é de matar a sede de alguém.”
O Fogo e a Água, figurativamente, ensinam-nos objectivos mais
elevados, não se contentam com pouco mas com a satisfação da razão da sua
existência.
É a consumação da nossa essência que nos
satisfaz por completo, não a mediocridade de meras satisfações e caprichos
pessoais. As crises existenciais do ser humano são portanto o resultado do
desconhecimento de um significado para a vida e da sua razão de ser.
Há pessoas que se ficam pelo medíocre. Acumulam bens, cursos, e nunca
desfrutam das suas conquistas. Nunca se satisfazem afectivamente. Movem-se
apenas pela conquista e esse é o fim que desejam alcançar.
Isso faz com que a vida de muitos oscile entre o sofrimento e o tédio
de um lado para o outro. Sofrem porque há desejo sem posse - desejam
sempre e nunca têm. Vivem cheias de tédio porque há posse mas não
têm desejo - por mais que tenham nunca se satisfazem.
Os que só conquistam são os mais infelizes. Os que param para usufruir
conquistam-se a si próprios. Salomão disse que maior valente não é aquele que
conquista uma cidade mas aquele que conquista o seu coração. “Melhor é o
longânimo do que o valente; e o que domina o seu espírito do que o que toma uma
cidade.” Provérbios 16:32
Jesus disse: “Mas Deus lhe disse: Insensato, esta noite te pedirão
a tua alma; e o que tens preparado, para quem será? Assim é aquele que para si
ajunta tesouros, e não é rico para com Deus. E disse aos seus discípulos: Por
isso vos digo: Não estejais ansiosos quanto à vossa vida, pelo que haveis de
comer, nem quanto ao corpo, pelo que haveis de vestir. Pois a vida é mais do
que o alimento, e o corpo mais do que o vestuário. Considerai os corvos,
que não semeiam nem ceifam; não têm despensa nem celeiro; contudo, Deus os
alimenta. Quanto mais não valeis vós do que as aves!” Lucas 12:20-24
Vive uma vida com significado.
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