Hermenêutica
é um ramo da filosofia que estuda a teoria da interpretação, que pode
referir-se tanto à arte da interpretação, ou a teoria e treino de interpretação.
A
hermenêutica tradicional se refere ao estudo da interpretação de textos escritos,
especialmente nas áreas de literatura, religião e direito. A hermenêutica
moderna, ou contemporânea, engloba não somente textos escritos, mas também tudo
que há no processo interpretativo. Isso inclui formas verbais e não-verbais de
comunicação, assim como aspectos que afetam a comunicação, como proposições,
pressupostos, o significado e a filosofia da linguagem e a semiótica. A
hermenêutica filosófica refere-se principalmente à teoria do conhecimento de
Hans-Georg Gadamer como desenvolvida em sua obra "Verdade e Método"
(Wahrheit und Methode), e algumas vezes a Paul Ricoeur. A
consistência hermenêutica refere-se à análise de textos para explicação
coerente. Uma hermenêutica (singular) refere-se a um método ou vertente de
interpretação.
(Wikipédia)
Hermenêutica
é uma palavra com origem grega e significa a arte ou técnica de interpretar e
explicar um texto ou discurso. O seu sentido original estava relacionado com a
Bíblia, sendo que neste caso consistia na compreensão das Escrituras, para
compreender o sentido das palavras de Deus. Hermenêutica também está presente
na filosofia e na área jurídica, cada uma com seu significado.
Segundo a
filosofia, a hermenêutica aborda duas vertentes:
- A
epistemológica, com a interpretação de textos;
- E a
ontológica, que remete para a interpretação de uma realidade.
Epistemológico vem de epistemologia, que em
sentido amplo é sinónimo da teoria do conhecimento ou gnosiologia. Em sentido
estrito, designa a teoria do conhecimento científico. A epistemologia também pode
ser vista como a filosofia da ciência. A epistemologia trata da natureza, da
origem e validade do conhecimento, e estuda também o grau de certeza do
conhecimento científico nas suas diferentes áreas, com o objetivo principal de
estimar a sua importância para o espírito humano.
Ontológico, parte da filosofia que estuda o
ser e a existência. Usado como argumento por vezes para provar a existência de
Deus a priori, a partir da pura análise do próprio conceito de Deus, sem se
usar experiência prévia.
Etimologicamente
(gramática que estuda a origem das palavras), a palavra está relacionada com o
deus grego Hermes, que era um dos deuses da oratória.
Introdução.
Hermenêutica tem de estar entre as primeiras disciplinas de estudo para quem quer ser pregador.
Hermenêutica tem de estar entre as primeiras disciplinas de estudo para quem quer ser pregador.
Pedro: “como
faz também em todas as suas epístolas, nelas falando acerca destas coisas, mas
quais há pontos difíceis de entender, que os indoutos e inconstantes torcem,
como o fazem também com as outras Escrituras, para sua própria perdição.” II Pedro
3:16
A falta de
Hermenêutica, ou seja, a falta de epistemologia, o estudo da razão de origem
das coisas, leva à construção de heresias e falsos conceitos. É desta forma que
aparecem as falsas doutrinas, com lacunas na interpretação dos textos, falta de
coerência entre uma e outra leitura, o desconhecimento da arqueologia bíblica,
da cultura, do contexto social em que se vivia etc…
Na Bíblia
também encontramos linguagem figurada, material e espiritual, literal,
temporal, eterno, etc. O que é complexo, não é entender o propósito da Bíblia, é
distinguir entre o figurado e o literal, e porventura a interpretação de muitas
profecias que uns julgam já cumpridas e outros não.
A linguagem
da Bíblia
2 Timóteo
3:15-17 “e que desde a infância sabes as sagradas letras, que podem fazer-te
sábio para a salvação, pela que há em Cristo Jesus. Toda Escritura é
divinamente inspirada e proveitosa para ensinar, para repreender, para
corrigir, para instruir em justiça; para que o homem de Deus seja perfeito, e
perfeitamente preparado para toda boa obra.”
Nós
queremos que a Bíblia nos fale com clareza:
- Da Palavra de Deus extraímos grandes princípios e deveres do cristão de uma forma muito simples;
- O resumo da Bíblia é: Criação; queda; redenção; conversão; eternidade…
- Mas há coisas que nós não entendemos!
Conheça o primeiro intérprete da Palavra!
O primeiro
intérprete da Palavra foi o Diabo. O tópico anterior parece estranho, “conheça
o primeiro intérprete da Palavra”, o Diabo. Bem, na verdade devemos conhecer
também o nosso inimigo e tudo o que ele personifica. A vida não é “um mar de
rosas” e a Bíblia bem interpretada também nos ajuda a resolver muitos dos
problemas que surgem.
O Diabo
falseou as instruções de Deus. Eva como não “tinha estudado hermenêutica”
deixou-se ir na conversa e caiu… Bom, uma boa hermenêutica não apenas ajuda um
pregador a colocar bem as suas conclusões como os ouvintes também conseguem
captar uma ironia proferida. Nisto também devemos ter cuidado: nem sempre o
nosso auditório tem os mesmos conhecimentos que nós e não os podemos esquecer
que por causa de um “disparate” proferido, ou mal interpretado pelo ouvinte,
também pode fazer com que uma vida se perca irremediavelmente.
O
contributo da arqueologia também é importante. Por exemplo, Jesus disse, “Deixa
os mortos sepultar os seus mortos”. Isto lido a nu não passa de um disparate,
mas interpretado por pessoas “espirituais”, ou a tentativa de remeter para o
sentido figurado, “deixa os mortos espirituais sepultar os mortos físicos”,
pode conduzir-nos para outra situação infeliz, que é desrespeitar uma família
enlutada. Mas passa pela cabeça de alguém que Jesus queira que nós demos mau testemunho?
O que a arqueologia descobriu é que muitos judeus na época de Jesus estavam a
observar uma prática pagã, um segundo sepultamento paralisando assim totalmente a sua própria vida
entre os dois momentos que distanciavam entre si vários meses. Ora, potenciais discípulos
a seguir Jesus, estavam também impedidos por esta razão e o que Jesus quer
dizer é que uma vez sepultado o morto, terminado o tempo razoável de luto e
lamento, a nossa vida deve seguir em frente!
Temos também na Bíblia “Hebraísmos”, expressões e maneiras peculiares do idioma Hebreu.
“Filho da
paz”
“Filho da
Luz”
“Quarenta”, que significa muitos. II Reis 8:9
“Quarenta”, que significa muitos. II Reis 8:9
“Sete” e “setenta”
significa perfeição, completo e indeterminado.
Jesus enviou
outros 70 discípulos, arredondamento em vez de número exacto pois algumas versões
referem 72!
Juízes 11:26 “Enquanto Israel habitou trezentos anos em Hesbom e nas suas vilas, em Aroer e nas suas vilas em todas as cidades que estão ao longo do Arnom, por que não as recuperaste naquele tempo?” 293?
Juízes 11:26 “Enquanto Israel habitou trezentos anos em Hesbom e nas suas vilas, em Aroer e nas suas vilas em todas as cidades que estão ao longo do Arnom, por que não as recuperaste naquele tempo?” 293?
“Pai Abraão”
“Na
verdade, na verdade vos digo que…” A repetição indica que a afirmação seguinte é
muito importante.
“Santo,
Santo, Santo…” Não quer dizer que Deus é três vezes santo, pois santidade não
se confunde com quantidade, quer dizer que a santidade de Deus É IMPORTANTE!
I. REGRAS
Regra fundamental:
A escritura
explica a própria escritura. A Bíblia é a sua própria intérprete!
“A lei do
Senhor é perfeita”!
“Se alguém
lhe fizer qualquer acréscimo, Deus lhe acrescentará os flagelos escritos neste
livro; e se alguém tirar qualquer coisa das palavas deste livro, Deus tirará a
sua parte na árvores da vida.”
“Nenhuma
profecia da Escritura provém de particular interpretação”, disse Pedro.
“Examinais
as escrituras…”
Portanto, a
interpretação das Escrituras não é um “livre arbítrio” ao sabor das
preferências de cada um.
Primeira regra:
É preciso,
o quanto seja possível, tomar as palavras no seu sentido usual e comum.
Os
escritores da Bíblia não se dirigem a uma classe de elite ou erudita, eles
escrevem para o povo e de forma que o povo entenda. A Bíblia é um livro para o
povo, logo não é necessário que os clérigos sejam os únicos capazes de a
interpretar.
Tendo sido
escrita portanto na sua grande parte para o povo Hebreu temos portanto em
abundância hebraísmos, ou seja, expressões que o povo entendia com
naturalidade, então temos, figuras retóricas como, símiles, parábolas, e
expressões simbólicas.
Figuras retórias
Retórica é uma
palavra com origem no termo grego rhetorike, que significa a arte de falar bem,
de se comunicar
de forma clara e
conseguir transmitir
ideias com convicção. São figuras de linguagem que encerram comparações tiradas de
elementos da natureza, utensílios humanos e também podem ser de algumas
experiências do homem.
Símile: “...
toda carne é como a erva...” (1 Pe 1.24)
Génesis
6:12: “Porque toda a carne havia corrompido o sei caminho sobre a terra.” Como
estamos apenas a fazer uma introdução ao tema, o nosso grau de dificuldade não
pode ser muito exigente e aqui facilmente concluímos que “carne” é figura de
pessoas e caminho é figura de “costumes”, “religião”, “modo de proceder”.
Lucas 1: 69
“e nos suscitou plena e poderosa salvação na casa de David.” “Casa”, portanto,
não quer dizer um exclusivo da família do Rei David mas todo o povo de Israel.
Lucas 14:
26 “ e quem não aborrece a seu pai, e mãe … não pode ser meu discípulo.” Mas
então Jesus não disse para amar os inimigos? Trata-se de um hebraísmo que
compara duas coisas distintas e que no caso nos questiona a quem amamos mais,
se o pai ou a mãe, ou Jesus.
Segunda Regra:
As palavras
devem fazer sentido dentro do conjunto da frase.
“Mas aquele
que tem dúvidas é condenado, se comer, porque o que faz não provém de fé; e
tudo o que não provém de fé é pecado”. Romanos 14:23 O conjunto
do versículo indica-nos que fé está relacionada com convicção, boa consciência.
“Moisés
cuidava que seus irmãos entenderiam que Deus os queria salvar por intermédio
dele.” Actos 7:25 “Salvar”
aqui está relacionado não com a salvação da alma mas em sentido literal: salvar
da escravidão.
“E vos
darei um coração de carne.” Ezequiel 36:26 Significa
que Deus dará uma sensibilidade dócil e terna.
“Caia sobre
nós o seu sangue” Mateus 27:25 O sentido é
a consequência ou a culpa, se houver, daquela decisão.
Em suma, a
segunda regra ajuda-nos a distinguir dentro de uma frase se o sentido que se
quer extrair é figurado ou literal.
Terceira regra:
É
necessário considerar as palavras no sentido indicado no contexto, a saber, os
versículos precedem e seguem ao texto que se estuda.
Por vezes
não basta o conjunto da frase para esclarecer sobre o conteúdo exposto. É
preciso ir atrás ou mais à frente no texto para se conseguir extrair a ideia
exata do significado.
“Quando
lerdes, podeis compreender o meu discernimento no mistério de Cristo.” Efésios 3:4
Mistério?
Pelo contexto atrás e à frente, podemos perceber que Paulo está a referir-se ao
seu ministério entre os gentios e a participação deles nos benefícios do
evangelho outrora só “propriedade” dos judeus.
“Quem comer
a minha carne e beber o meu sangue tem a vida eterna” ou “a minha carne é
verdadeiramente comida e o meu sangue é verdadeira bebida.”
Ora, estas
palavras os discípulos não entendiam. Eles de facto sabiam que o sangue dos
sacrifícios expiava os pecados, mas agora, que o sangue de Jesus “desse vida”,
que coisa estranha… Ora, Jesus estava a falar de uma apropriação em fé com
efeitos a partir do seu sacrifício.
“Será salvo
através do fogo”. Ora este versículo não fala do purgatório nem do sacrifício
de vidas físicas como punição. A passagem refere-se a salvos, que terão que
passar por provas duras para sobreviver. A sua salvação não está em causa, nem
o “fogo” a terá que confirmar, apenas quer dizer que alguns salvos passarão por
provas muito difíceis.
Quarta regra:
É preciso
tomar em consideração o objetivo do livro ou o desígnio do livro ou a passagem
em que ocorrem as palavras obscuras.
Por
exemplo: As cartas do apóstolo Paulo aos Gálatas e aos Colossenses foram
escritas na ocasião em que muitos erros, com grande dano, os falsos mestres, procuravam
implantar nas igrejas. Por conseguinte o objectivo destas cartas é afirmar que
o sangue expiatório de Cristo é totalmente suficiente para nos dar a salvação.
Certo jovem
dirige-se a Jesus inquirindo-o sobre o que seria preciso fazer para herdar a
Salvação. Jesus responde-lhe: “Guarda os mandamentos”. Jesus está a dizer que a
Salvação se adquire através da Lei? Claro que não. Jesus responde com um certo
desígnio fazendo-lhe perceber não se não deixasse de “ser idólatra” a Lei
apenas o condenaria ainda mais. “Vende tudo” ou melhor “livra-te do que
atrapalha a tua vida”.
Quinta regra:
É
necessário consultar as passagens paralelas.
Actos13:22.
“David foi um homem segundo o coração de Deus.” A passagem diz que David era
perfeito? Em I Samuel 2:35 está escrito: “Suscitarei para mim um sacerdote
fiel, que procederá segundo o que tenha no coração”, portanto, comparativamente
a Saul, um homem que agia “sem coração”, sem integridade, sem carácter, David foi
o homem que marcou diferença.
A leitura
do texto relacionado com Balaão em números 22 a 24 irá deixar-nos confusos se não
analisarmos o que mais tarde foi escrito acerca dele. Daí depreendemos também o
valor do ensino das escolas rabínicas que transmitiam geração após geração os
diferentes ensinos.
A razão da
destruição de Gomorra e Sodoma não se completa por exemplo apenas no livro de
Génesis.
II. FIGURAS
DE RETÓRICA
Metáfora:
Semelhança
entre dois objetos ou factos, caracterizando-se um com o que é próprio do
outro.
“Eu sou a
videira verdadeira.” Para que serve uma videira? Para transmitir vida, seiva e
é o sustentáculo do fruto.
“Eu sou a porta.”
“Eu sou o caminho,”
“Eu sou a porta.”
“Eu sou o caminho,”
“Eu sou a
vida,”
“Tu és a
rocha da minha fortaleza,”
“Lâmpada
para os meus pés…”
Sinédoque:
Quando se
toma a parte pelo todo ou o todo pela parte, o plural pelo singular, o género
pela espécie ou vice-versa.
“Todas as
vezes que … beberdes o cálice.”
Quando poderia estar “do cálice”.
“este homem
é uma peste e promove sedições entre os judeus dispersos por todo o mundo.”
Metonímia:
Quando se
emprega a causa pelo efeito, ou o sinal ou símbolo pela realidade que indica o
símbolo.
“Eles têm
Moisés e os profetas, ouçam-nos...” em lugar de “têm os escritos de Moisés e
dos profetas”, ou seja a lei e as profecias.
“Se eu não
te lavar não tens parte comigo”. Ora, jesus só queria lavar os pés mas com esse
gesto queria ensinar-lhe uma outra realidade.
Prosotopéia:
Quando se
personificam as coisas inanimadas, atribuindo-lhes os feitos e ações das
pessoas.
“Onde está
ó morte o teu aguilhão?” Morte, aqui, é como uma “pessoa” que pode alcançar a
vitória. I Co. 15:55
“O amor
cobre uma multidão de pecados” O amor, na verdade, a pessoa que tem amor, é que
cobre uma multidão de pecados”. I Pedro 4:8
“Os montes
e os outeiros romperão em cânticos diante de vós e todas as árvores do campo
baterão palmas” Isaías 55:12 Montes e outeiros: pessoas eminentes; árvores,
pessoas humildades.
Ironia:
Quando se
expressa o contrário do que se quer dizer, porém sempre de tal modo que se faz
ressaltar o sentido verdadeiro.
“Clamai em
altas vozes… e despertará.” I Reis 18:27
“Vós sois o
povo e convosco morrerá a sabedoria.” Jó 12:2 Ora bem, nem os amigos de Jó eram
o povo e nem a sabedoria morreria com eles. Claramente ao contrário.
Hipérbole:
É a figura
pela qual se representa uma coisa muito maior ou menos do que em realidade é,
para apresenta-la viva à imaginação.
“Vimos ali gigantes… aos seus olhos éramos como gafanhotos…” Nm. 13:33
“Há porém
muitas outras coisas que Jesus fez. Se todas elas fossem relatadas uma por uma,
creio que nem no mundo inteiro
caberiam os livros que seriam escritos.”
A ironia e
a hipérbole são usadas poucas vezes na Bíblia.
Alegoria:
Figura de
retórica que consta de várias metáforas unidas, representando cada uma delas
realidades correspondentes.
“Eu sou o
pão vivo que desceu do céu; se alguém comer dele, viverá eternamente; e o pão
que eu darei pela vida do mundo é a minha carne…” João 6:51-65
Fábula:
Facto ou
alguma circunstância que se expõe em forma de narração mediante a
personificação de coisas ou de animais.
“O cardo
que está no Líbano, mandou dizer ao cedro que lá está: Dá a tua filha por
mulher a meu filho; mas os animais do campo que estavam no Líbano passaram e
pisaram o cardo.” II Reis 14:9
É uma
resposta de Joás, Rei de Israel a Amazias, Rei de Judá. Jeoás compara-se a si
mesmo ao robusto cedro do Líbano e humilha o seu orgulhoso adversário,
igualando-o a um débil cardo desfazendo a aliança entre os dois e predizendo a
ruína de Amazias: “animais do campo pisaram o cardo”.
Enigma:
Tipo de
alegoria porém de solução difícil e obtusa.
“Do comedor
saiu comida e do forte saiu doçura” Juízes 14:14
“Há quatro
coisas muito pequenas na terra, que porém são mais sábias que os sábios”
Tipo:
Metáfora
que não consiste meramente em palavras, mas também em factos, pessoas ou
objectos no futuro.
Biblicamente
classificamo-las como sombra dos bens
vindouros e encontram-se portanto no Antigo Testamento.
A serpente
de metal no deserto, referida por Jesus em João 3:14.
Jonas
também é usado como tipo, prefigurando a morte e a ressurreição de Jesus.
Mateus 12:40
Paulo
refere o primeiro Adão como tipo da primeira criação e o segundo Adão, Jesus,
como tipo da “segunda” criação.
José, filho de Jacó, é um tipo de Cristo: Foi rejeitado, vendido, desceu “à cova” e levantou-se vitorioso e redento”
Boaz que casou com Rute também é figura tipo de O redentor.
José, filho de Jacó, é um tipo de Cristo: Foi rejeitado, vendido, desceu “à cova” e levantou-se vitorioso e redento”
Boaz que casou com Rute também é figura tipo de O redentor.
Símbolo:
Espécie de
tipo pelo qual se representa alguma coisa ou facto familiar que se considera a
propósito para servir de semelhança ou representação.
O leão é
considerado o rei dos animais do bosque.
Temos
também a representação bíblica da força do cavalo e a astúcia da serpente.
Imersão na
água do baptismo.
Parábola:
Alegoria
apresentada sob a forma de narração, relatando factos naturais ou
acontecimentos possíveis, sempre com o objetivo de declarar ou ilustrar uma ou
mais verdades importantes.
Símile:
Palavra
latina “similis” que significa semelhante ou parecido com outro. Semelhante. Analogia.
Jesus
qualificou Herodes de “aquela raposa”.
“Pois
quando o céu se eleva acima da terra, assim é grande a sua misericórdia para
com os que o temem.”
“Como o pai
se compadece dos seus filhos, assim o Senhor se compadece dos que o temem.”
Interrogação:
Interrogação
procede do vocábulo que significa pergunta. Mas nem todas as perguntas são
figuras de retórica. Somente quando a pergunta encerra uma conclusão é que é
evidente que estamos perante uma figura literária.
É ainda, uma figura pela qual o orador se dirige ao seu interlocutor, ou adversário, ou ao público, em tom de pergunta, sabendo de antemão que ninguém irá responder.
É ainda, uma figura pela qual o orador se dirige ao seu interlocutor, ou adversário, ou ao público, em tom de pergunta, sabendo de antemão que ninguém irá responder.
“Não fará
justiça o juiz de toda a terra?” Génesis 18:25
“Jesus
porém lhe disse: com um beijo trais o Filho do Homem?” A pergunta, na verdade
encerra uma afirmação: “Com um beijo trais o Filho do Homem!” Lucas 22:48
Apóstrofe:
A apóstrofe
assemelha-se muito à personificação ou prosopopeia. O autor ou orador direciona
os seus ouvintes para uma coisa ausente ou imaginária.
“Que tens ó
mar que assim foges?”
“Ah espada
do Senhor, até quando deixarás de repousar?”
Antítese:
Inclusão na
mesma frase, de duas palavras, ou de dois pensamentos que fazem contraste um
com o outro”
“Vê que
proponho hoje a vida e o bem, a morte e o mal” – antítese dupla.
“Os céus e
a terra tomo hoje como testemunhas contra ti que te propus a vida e a morte, a
bênção e a maldição, escolhe pois a vida para que vivas, tu e a tua
descendência.”
Provérbio:
Dito comum
ou adágio popular. Afirmação extraordinária ou paradoxal com alguma verdade de
carácter moral.
O propósito do livro de provérbios, por exemplo, é descrito por Salomão desta forma: “para aprender a sabedoria e o ensino; para entender as palavras de inteligência; para obter o ensino do bom proceder, a justiça, o juízo, e a equidade; para dar aos simples a prudência; e o entendido adquira habilidade para entender provérbios e parábolas, as palavras e enigmas dos sábios.” Provérbios 1:2-6
O propósito do livro de provérbios, por exemplo, é descrito por Salomão desta forma: “para aprender a sabedoria e o ensino; para entender as palavras de inteligência; para obter o ensino do bom proceder, a justiça, o juízo, e a equidade; para dar aos simples a prudência; e o entendido adquira habilidade para entender provérbios e parábolas, as palavras e enigmas dos sábios.” Provérbios 1:2-6
“Médico,
cura-te a ti mesmo.” Lucas 4:23
“Nenhum profeta
é bem recebido na sua própria terra.”
“O cão
voltou ao seu próprio vómito e a porca voltou a revolver-se no seu lamaçal.”
“Não é bom
pegar no pão dos filhos e deitá-lo aos cachorrinhos” esta última expressão usada por Jesus, além de não ser da autoria do Mestre, é um dito aplicado aos gentios quando os queriam desprezar. Ora, Jesus não estava a desprezar a mulher mas a testar a sua determinação através de uma expressão despesista que ela conhecia ou teria ouvido muitas vezes. A expressão confunde-se com ironia.
Paradoxo:
“Vede
acautelai-vos do fermento dos fariseus e saduceus”
“Deixai aos
mortos sepultar os seus mortos”.
“E ainda
vos digo que é mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha, do que
entrar um rico no reino dos céus.”
“Agulha” é
uma passagem estreita por onde o animal com a sua carga podem passar mas com muita dificuldade. Se
interpretarmos “agulha” como o instrumento para cozer roupa estaremos a tornar impossível ao rico entrar no reino do céus! É provável que a interpretação mais precisa esteja nos estudos que apontam ser chamada de fundo de uma agulha uma pequena portinhola construída junto aos grandes portões da cidade. No fim do dia, quando os portões principais eram fechados, os viajantes que chegavam à noite entravam por essa passagem. Os animais de grande altura, como é o caso do camelo, só poderiam passar por essa abertura ajoelhados, tarefa quase impossível para um animal realizar. Por isso, a dificuldade de entrada dos ricos no reino de Deus como o passar de um camelo pelo fundo de uma agulha.
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Hermenêutica, E. Lund e P. C. Nelson
Ed. Vida
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