A propósito de sermos gratos. Muitas vezes quando agradecemos, alguém em tom de brincadeira diz-nos, "não, eu não fui obrigado". Ora bem, entre nós portugueses a palavra tem um alcance mais profundo: temos um "obrigado" para com o ministério Conquistadores que faz com que nos sintamos também devedores. Vê o vídeo.
"Trecho de conferência do professor António Nóvoa, reitor honorário da Universidade de Lisboa. É muito interessante. Ele baseia-se em famoso texto de São Tomás de Aquino sobre a gratidão e mostra as complexas sutilezas no ato de agradecer em todas as línguas: só o Português declara um vínculo entre nós e quem nos fez o bem: obrigado, cujo étimo é o Latim "ligare", ligar. Obrigado foi originalmente "ob ligado", ligado diante do outro.
Manifestamos uma obrigação que temos para com a pessoa. O Francês diz "merci", do mesmo étimo de merecer e de mercadoria: isto é, diz que merecemos receber algo em troca daquilo que fazemos. O Espanhol diz "gracias", reconhecendo que recebeu de graça. O Italiano diz "grazie", de significado semelhante. O Inglês com "thanks" e o Alemão com "danken", da mesma raiz indo-europeia, igualmente rendem graças. Estes últimos, aliás, são os mais simplórios. "Thank" é vizinho etimológico de "think ", pensar. Quem agradece nestas línguas promete apenas pensar em quem lhe fez o bem."
https://www.facebook.com/deonisio.dasilva/videos/999594780062842
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