sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

A família perfeita



Mateus 1.18 “Ora, o nascimento de Jesus Cristo foi assim: Estando Maria, sua mãe, desposada com José, antes de se ajuntarem, ela se achou ter concebido do Espírito Santo.”


1. A concepção de Maria.

Lucas 1:26-35
“Ora, no sexto mês, foi o anjo Gabriel enviado por Deus a uma cidade da Galiléia, chamada Nazaré, a uma virgem desposada com um varão cujo nome era José, da casa de Davi; e o nome da virgem era Maria.
E, entrando o anjo onde ela estava disse: Salve, agraciada; o Senhor é contigo. Ela, porém, ao ouvir estas palavras, turbou-se muito e pôs-se a pensar que saudação seria essa. Disse-lhe então o anjo: Não temas, Maria; pois achaste graça diante de Deus. Eis que conceberás e darás à luz um filho, ao qual porás o nome de Jesus. Este será grande e será chamado filho do Altíssimo; o Senhor Deus lhe dará o trono de Davi seu pai; e reinará eternamente sobre a casa de Jacó, e o seu reino não terá fim. Então Maria perguntou ao anjo: Como se fará isso, uma vez que não conheço varão? Respondeu-lhe o anjo: Virá sobre ti o Espírito Santo, e o poder do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra; por isso o que há de nascer será chamado santo, Filho de Deus.”

Na prática, permita-se dizer, um anjo apareceu a uma noiva virgem para dizer que lhe estragaria o casamento.


Sem pôr em causa que a grande maioria das jovens virgens de Israel esperavam ser a mãe do Messias o facto é que o futuro de dois jovens virtuosos abanou, tanto que, quando José soube, quis deixá-la.

O texto não nos revela que diálogos eles tiveram sobre o assunto, especialmente depois de José saber, o que sabemos é que ele quis salvar tanto a sua honra como evitar acusá-la, deixando-a secretamente. Também não é claro quando se realizou o casamento mas certamente foi realizado estando Maria grávida.

O que é claro é que Maria OUVIU a voz de Deus e confiou.

2. Um noivo confuso.

Mateus 1:20-25 
“E, projetando ele isso, eis que em sonho lhe apareceu um anjo do Senhor, dizendo: José, filho de Davi, não temas receber a Maria, tua mulher, pois o que nela se gerou é do Espírito Santo; ela dará à luz um filho, a quem chamarás JESUS; porque ele salvará o seu povo dos seus pecados.
Ora, tudo isso aconteceu para que se cumprisse o que fora dito da parte do Senhor pelo profeta: Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho, o qual será chamado EMANUEL, que traduzido é: Deus conosco.
E José, tendo despertado do sono, fez como o anjo do Senhor lhe ordenara, e recebeu sua mulher; e não a conheceu enquanto ela não deu à luz um filho; e pôs-lhe o nome de JESUS.”

Para José o episódio não foi fácil de assumir. Ao intentar deixá-la secretamente ele a abandonaria à sua sorte mas sem a acusação pública de magistrados de acordo com a Lei e que a levaria de imediato ao apedrejamento. Porém, a probabilidade de ela ser exposta ao escândalo e à exclusão social é mais que certa.

A dado momento neste relacionamento parece que estamos num impasse muito sério em que temos por um lado um homem justo, culto, e instruído até mesmo nas promessas e expectativas judaicas relativamente ao Messias mas ao mesmo tempo incrédulo na palavra da Noiva e determinado a abandoná-la. O texto é claro que se ele “não a queria infamar” (ou acusar) é porque a amava, estava ligado a ela, mas um conflito interior forçava-o a tomar outra decisão.

Estamos portanto diante de um relacionamento com uma brecha grave e que teria tudo para não dar certo.

Mas nós estamos a lidar também com um homem que sabe OUVIR Deus.

E o Espírito Santo revela-se a José, ele aceita Maria como sua legítima esposa, e não lhe toca até que ela concebe Emanuel.

Quando um casal, tanto um como o outro sabem ouvir Deus, confiam, obedecem e Deus abençoa.

Não é claro como foi resolvida a situação de estar Noivo de uma jovem grávida mas convenhamos que no contexto cultural, mesmo sem o aparente e inicial atestado civil do matrimónio, o noivado era uma responsabilidade já por si bastante séria para ser respeitado pela restante sociedade. Seja como for, o casal unido e sob a protecção de Deus superaram a dificuldade.

3. Alguns meses depois.

Surge um censo e uma viagem forçada.

Lucas 2:1-6
“Naqueles dias saiu um decreto da parte de César Augusto, para que todo o mundo fosse recenseado.
Este primeiro recenseamento foi feito quando Quirínio era governador da Síria.
E todos iam alistar-se, cada um à sua própria cidade.
Subiu também José, da Galiléia, da cidade de Nazaré, à cidade de Davi, chamada Belém, porque era da casa e família de Davi, a fim de alistar-se com Maria, sua esposa, que estava grávida.
Enquanto estavam ali, chegou o tempo em que ela havia de dar à luz,”

Que o casal tem de andar junto não é novidade, mas agora são as condições de vida da época que nos devem fazer reflectir. Na escassez quase não há reclamações. Reclamar parece ser um luxo de quem vive na abundância.

Não creio que Maria tivesse reclamado porque teve de andar de camelo grávida ou porque quando chegaram a Belém não havia lugar na estalagem porque José não fez a reserva no hotel a tempo e horas.

Que tipo de reclamações você faz na sua família? Quais são as soluções que você aponta para a resolução dos problemas? O que pesa mais? As suas reclamações ou as suas soluções?

A bênção de Deus é ordenada na unidade mesmo em contexto de adversidade. A adversidade gera maturidade, a confiança gera segurança. O problema que o casal enfrentou no início do seu relacionamento já não é precursor de qualquer conflito. Eles atingiram a maturidade para poder ultrapassar qualquer dificuldade.

- Algumas mulheres fazem um chinfrim quando qualquer coisa não lhes corre como desejam.
- Alguns homens gritam e desesperam quando a sua paciência é posta à prova.

A história de José e Maria têm três verbos fundamentais: Ouvir, confiar e obedecer. A nossa forma de falar afecta a nossa vida. “Não critique, não condene, não se queixe” – os três “nãos” de Dale Carnegie

Deus ordena a bênção onde há união. (Salmo 133)

4. Casados de fresco, um bebé, e uma mudança de planos.

Mateus 2:13-15
“E, havendo eles se retirado, eis que um anjo do Senhor apareceu a José em sonho, dizendo: Levanta-te, toma o menino e sua mãe, foge para o Egito, e ali fica até que eu te fale; porque Herodes há de procurar o menino para o matar. Levantou-se, pois, tomou de noite o menino e sua mãe, e partiu para o Egito. E lá ficou até a morte de Herodes, para que se cumprisse o que fora dito da parte do Senhor pelo profeta: Do Egito chamei o meu Filho.”

De novo Deus dá orientações à família: Há uma hora em que tudo tem que ser deixado para trás e é preciso dedicar mais atenção à família. José teve que abandonar o seu negócio e os seus clientes sem aviso e proteger a sua família.

Mais uma vez a sobrevivência da família dependeu da sua disponibilidade para ouvir Deus e dar atenção à maior de todas as prioridades: a família.

Todos nós andamos ocupados com muitas coisas e muitas vezes não podemos negar a importância delas quanto mais deixar o que estamos a fazer. Mas no mínimo poderíamos abrir os nossos ouvidos para ouvir o que Deus tem a dizer sobre o que fazer na nossa casa.

5. A gestão das dificuldades numa família madura.

Lucas 2:41-46
“Ora, seus pais iam todos os anos a Jerusalém, à festa da Páscoa. Quando Jesus completou doze anos, subiram eles segundo o costume da festa; e, terminados aqueles dias, ao regressarem, ficou o menino Jesus em Jerusalém sem o saberem seus pais; julgando, porém, que estivesse entre os companheiros de viagem, andaram caminho de um dia, e o procuravam entre os parentes e conhecidos; e não o achando, voltaram a Jerusalém em busca dele. E aconteceu que, passados três dias, o acharam no templo, sentado no meio dos doutores, ouvindo-os, e interrogando-os.”

Depois do Egipto o episódio seguinte é Jesus com 12 anos em Jerusalém na festa da Páscoa. Quando regressavam a casa depois de um dia de caminho deram por falta do menino.
- Onde está o garoto?
- Mas não está contigo?
Quando aparece um problema em casa a primeira coisa que alguns fazem é encontrar um culpado e não a resolução do problema.

Se uma casa está a arder o que é que você faz? Apaga o fogo ou procura o culpado?
Resposta: Apaga o fogo!

Se alguém comete um erro o que é que você faz? Acusa a pessoa ou ajuda a solucionar o erro?
Resposta: Acusa a pessoa!

Esta é a diferença que faz na nossa formação de carácter. Muitos conflitos ocorrem nas famílias mais por causa de coisas do que por causa dificuldades pessoais. As coisas tendem a prevalecer sobre os sentimentos dos outros. É mais fácil acusar do que resolver.

A acusação gera divisão. A ajuda a resolver as dificuldades gera união. José e Maria voltam para Jerusalém juntos. Vão resolver o problema juntos.

Nesta família existem valores significativos:
- Eles ouvem a voz de Deus
- Pensam antes de falar
- Criaram os seus filhos satisfatoriamente

Com este texto faça uma introspecção à sua vida. Avalie as suas prioridades e faça melhorias significativas na sua família.



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