quinta-feira, 27 de dezembro de 2012
O pai pródigo
Um certo homem tinha dois filhos; e o mais novo disse ao pai: “Pai, dá-me a parte do teu tempo, da tua atenção, da tua amizade e do teu conselho que me pertencem”.
E o pai repartiu com ele alguma coisa pagando as suas despesas numa conceituada universidade de uma cidade distante e deu-lhe uma verba mensal para o sustento, pensando que havia cumprido o seu dever.
Entretanto, o pai reorganizou também todos os seus interesses, aspirações e ambições pessoais, guardando-os consigo mesmo. Dedicou-se aos seus negócios, às suas finanças e a outras coisas que não interessavam ao filho, desperdiçando assim a oportunidade preciosa de se tornar o seu amigo íntimo.
Havendo aquele pai gasto os melhores dias da sua vida acumulando riquezas, sentiu-se descontente. O seu coração começou a experimentar uma grande fome, sentindo a carência de verdadeira fraternidade.
Envolveu-se com um dos clubes desportivos da cidade e foi eleito presidente. Mais tarde tornou-se deputado do Parlamento do seu país, ocasião em que começou a sentir um grande vazio na sua alma com a amizade dos colegas, os quais nada lhe davam.
E, caindo em si, disse: “Quantos homens que conheço têm filhos e vivem alegres com eles, em camaradagem e, eu aqui estou a perecer de fome no coração! Levantar-me-ei e irei ao meu filho e, dir-lhe-ei: “Meu filho, pequei contra o céu e perante ti; já não sou mais digno de ser chamado teu pai”.
Levantando-se, foi ter com o seu filho e estando ainda ao longe foi visto pelo seu filho, o qual estremeceu de grande surpresa; mas o filho, em vez de correr para o pai e beijá-lo, não lhe deu qualquer importância.
E o pai disse-lhe: “Meu filho, pequei contra o céu e perante ti; já não sou mais digno de ser chamado teu pai”. Perdoa-me agora e permite que eu seja um dos teus amigos”.
Mas o filho respondeu: “Não posso fazer isso. Desejaria que fosse possível, contudo já é demasiado tarde. Houve uma época em que desejava muito a tua amizade e conselho, porém estavas tão preocupado com os teus interesses que só me deste alguma formação e dinheiro. Procurei então a fraternidade entre os meus colegas. Eram todos de mau carácter e, agora sou ruim de corpo e alma e, nada poderá fazer por mim. É tarde demais! Tarde demais! Tarde demais!”.
(Autor desconhecido)
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