quinta-feira, 27 de dezembro de 2012
Os misteriosos segredos do G12
Não pretendo com esta nota fazer uma análise extensiva da "visão" (termo que não prefiro muito) mas apenas dar o meu contributo e entendimento sobre esta matéria que tem sido explorada até à exaustão, com maledicência e comércio.
Também não pretendo ser nenhum perito nesta matéria, como em nenhum dos meus posts e comentários no FB. Algumas pessoas levam isto demasiado a sério e chegam até a zangarem-se confundindo uma ou outra colocação menos feliz com todo o resto que o seu interlocutor vale como pessoa.
É claro que desejo que com esta leitura você mude alguns conceitos errados que porventura tenha relativamente ao G12. Se ainda assim achar que estou errado, insisto em que mude a sua postura pública sobre esta matéria pois o risco de estar a lutar contra Deus é elevado, mais que não seja por ser errado falar mal do seu irmão.
Se você vem aqui para se chatear comigo escolha antes uma das minhas brincadeiras ou então outro perito nesta matéria que seja favorável á sua opinião previamente concebida, de forma a que, não perca também o seu tempo num debate que desejo sério sobre esta matéria.
De qualquer forma, todas as plataformas digitais e redes são usadas para todos os fins, tanto para construir como para destruir. Da minha parte, tento construir, confrontar os sistemas e ser autêntico, tal como procuro sê-lo em qualquer outro espaço social. Tenho aprendido a não julgar pessoas por alguma coisa que eu discorde. Aceito o debate de ideias mas não admito combates verbais de má educação. Há pessoas que infelizmente só procuram confusão e defeitos para apontar nos outros, especialmente atrás de um computador, quando num confronto real seriam mais comedidos.
A minha intervenção como pessoa também não deve ser confundida com as minhas responsabilidades laborais ou ministeriais. Sou um ser humano com capacidades (limitadas) e gosto de ser tratado como tal. Sou livre, portanto não admito ser privado do usufruto dessa liberdade de pensamento por ter que "ter cuidado por causa do ministério da Cruz Azul..." Por favor, poupem-me, que essa responsabilidade já tem peso que chegue. Sempre que não concordo intervenho. Não consigo ser um indivíduo demitido.
Bem, chega de vaidades...
Fui a um Encontro e não tinha a mínima ideia onde me ia meter. Não tinha ouvido na altura nada de positivo nem negativo. Mesmo que tivesse ouvido alguma coisa não ajuizaria precipitadamente. Há muitos anos que lidava com a diferença de opinião em diversas matérias portanto nesta não agiria de forma diferente.
Desde á muito que me tinha apaixonado pelos grupos familiares de Yonggi Cho portanto se agora me falavam em células o meu interesse manter-se-ia.
Não consegui ir ao primeiro porque estava demasiado envolvido com a Cruz Azul e então fui ao segundo. Limitei-me a ouvir os relatos dos que vieram empolgados do primeiro. Também, por essa ocasião tinha ido fazer uma apresentação da Cruz Azul à Igreja Logos em Sete Rios e lá estava o Pr. António Melo aos pulos no palco com mais uma meia dúzia de homens. Não percebi nada daquilo mas tudo bem.
Lá se proporcionou a possibilidade de fazer o pré-encontro, que consiste em quatro ministrações sobre questões que estava farto de saber, sobre o pecado que nos afasta de Deus, sermos santos, blá, blá, blá, uma seca. Considero estas ministrações essenciais para quem vai a um Encontro para não ser apanhado se surpresa e pensar que vai 3 dias para uma colónia de férias com piscina.
Ministrações do pré encontro: "O pecado e as suas consequências", "o primeiro e o último Adão", "somos santos filhos de Deus" e "quem somos em Cristo".
E lá fui pró Encontro dos segredos. Eu estava mesmo a precisar de largar tudo e passar um tempo com Deus. Foi p´ra isso que fui. Como fui nessa disposição tive um encontro com Ele logo na primeira noite, como Jacó, que lutou com Deus e permitiu que o seu carácter fosse mudado. Esta é a primeira ministração: Peniel. Não fui à procura de encontrar defeitos, fui à procura de me encontrar com Deus.
Nessa noite também foi-nos requerido silêncio para que pudéssemos reflectir em nós próprios e falássemos apenas com Deus. Entendi que isto era importante do mesmo modo que o foi para as tribos de Israel rodear as muralhas de Jericó em silêncio e para que alguma murmuração não pusesse em causa aquilo que Deus poderia fazer connosco. A proposta era um Encontro com Deus, não um convívio der fim-de-semana uns com os outros e isso já tinha ficado claro no pré-encontro.
O segundo dia foi muito intenso. As ministrações começam de novo com exemplos de Encontro com Deus como a mulher Samaritana e Saulo. A manhã normalmente termina com uma das ministrações mais intensas e que é sobre Libertação onde se fala à vontade de tudo o que é pecado na Bíblia e sem preconceitos uma vez que os Encontros são preferencialmente só de homens ou só de mulheres. Entretanto os encontristas são convidados a escrever num papel, pessoal e privado, que não deverão entregar a ninguém, algumas das complicações de que desejam ver-se livres na vida.
Entretanto já começa a haver algum empolgamento e o conhecido slogan "O Encontro é Tremendo" começa a ser propagado. Este slogan tem sido motivo de algumas piadas mais ou menos descabidas e é uma das lanças que é arremetida com mais frequência.
A seguir almoço vem o "Espírito Santo", por acaso uma das ministrações que mais gostava, depois "A nossa postura espiritual", "A nova vida em Cristo", e a tarde termina com uma das ministrações mais complicadas é que é "Libertação" onde se fala sobre as maldições, rejeição, culpa, emoções, abusos sexuais, integridade, carácter, etc.. esta também era uma das minhas mensagens que por fim quando me senti à vontade para o fazer, gostava de ministrar.
Tanto na ministração de "Libertação" como na de "Cura Interior" é normal haver uma necessidade maior de dispor de umas energias extra no fim, tempo disponível e atenção aos objectos voadores, coisa que infelizmente deixou de haver na maioria das Igrejas.
Depois do jantar há ainda uma ministração sobre "paternidade" e "Indo à Cruz". Nesta última termina-se com uma fogueira onde são queimados os papelinhos rasurados com todas aquelas coisas imbecis da vida de cada um. A mensagem da Cruz antes de ir dormir é realmente um bálsamo tremendo. O voto de silêncio é quebrado. Na noite anterior éramos os piores Jacós, agora Cristo levou toda a nossa culpa. De uma noite de pesadelo para uma noite de sonho.
É impressionante o chiqueiro que se faz por-causa de uns papelinhos jogados numa fogueira. Desde criança que fazia isso nos acampamentos da Assembleia de Deus em Óbidos, mas enfim, prossigamos no desvendamento dos misteriooooooosos segredos do Encontro...
A manhã seguinte tem pelo menos mais duas ministrações: "Oração como Estilo de Vida" e a "Visão G12" – Grupo de 12 ou Governo dos 12. O número de ministrações em todo o Encontro pode ser variável de 11 a 13 conforme o planeamento efectuado previamente.
Visão: Igreja em células no Modelo dos 12
Estratégia: Ganhar, Consolidar, Discipular, Enviar.
1. Onde se ganha? Nas células. A maioria dos encontristas foram convidados para ir á célula e na primeira oportunidade irão a um encontro.
2. Onde se consolida? No encontro. Conforme já deu para perceber um encontro é um autêntico curso intensivo de vida cristã e de conteúdos bíblicos que em circunstâncias "normais" de vivência na Igreja leva muito mais tempo a ensinar.
3. Onde se discipula? Na escola de líderes a qual terá uma duração aproximada de 9 meses.
4. Onde se envia? Motivando durante a escola de líderes a que o novo crente e agora aluno de discipulado abra a sua célula e forme por sua vez os seus discípulos.
O Encontro termina ainda com algumas surpresas agradáveis, presentes e por fim o almoço. De seguida o pessoal reencontra-se com os familiares na Igreja onde alguns partilham o seu testemunho.
Ainda, os encontristas são convidados a guardar segredo sobre o que se passou de forma a manter a expectativa para os que vêm a seguir.
Sobre O SEGREDO tenho ouvido os maiores disparates sobre o encontro quando afinal não há segredo nenhum. Durante o Encontro são apresentadas algumas peças de drama ou teatro e no fim há distribuição de alguns presentes.
Já lhe aconteceu estar com um bilhete de cinema na mão e um palerma insistir em contar-me o filme todo? O filme perde toda a graça! É a mesma coisa. Há um efeito surpresa que faz parte do estilo do evento e que eu, pessoalmente, sou de acordo que deva ser mantido. Não há disparate nenhum nisto e é absolutamente ridícula a exploração que se faz deste detalhe. É impressionante.
Na verdade, também quem tem criado má imagem deste "segredo" são alguns encontristas menos maduros que ficam completamente entusiasmados e não entendem a razão do pedido e saem de lá a pavonear-se: "ai não posso contar, não posso contar". Ou então também acontece que algumas lideranças mais extravagantes criam místicas exageradas próprias do seu estilo. Mas esse defeito de fabrico não nasceu no Encontro, reside desde há muito na sua própria comunidade. O Encontro só lhes deu mais visibilidade pois tem os paparazi no encalço.
Porquê 12?
Porque é o modelo. Agora pergunto eu, e se fosse 11, a embirração de alguns seria menor? Há algum problema em copiar Jesus até nisto? Ou só se pode copiar nas outras coisas?
Mas na verdade o modelo não é rigoroso. Com o passar do tempo os líderes com mais disponibilidade formam outros grupos de 12.
Também Jesus mandou outros setenta. Lc 10:1. Setenta e dois, na versão Boa Nova, portanto 6 x 12 = 72, ou seja, poderíamos dizer que Jesus formou 7 grupos de 12.
Mas eu não entendo esta paranóia com os 12. Nem dos que dizem que tem que ser 12, porque Jesus tinha 12, nem dos que acham se não seria melhor 13 ou 14. O modelo é 12, assunto arrumado. Pedagogicamente pode-se discipular em boas condições até 16 mas o que me parece é que este combate contra quem deseja apresentar 12 frutos a Deus, na verdade quer é uma boa desculpa para não apresentar nenhum ou não fazer nada nesta área. Criticar é mais fácil.
É verdade que na Bíblia não temos nenhum modelo concreto de estratégia de crescimento. O que eu lamento é que continua a haver crentes que gostam de criticar tudo o que é novo: o pentecostalismo, a rádio, a televisão, a bateria, o cabelo, os grupos familiares, o Evangelismo Explosivo...
O G12 é apenas o divertimento mais recente. Acho até engraçado que alguns para fugir ao trauma do espalhafate que se gerou à volta do "Encontro" mudaram o nome para "Impacto", e em vez de células chamam-lhe outra coisa.
Convenhamos que em matéria de crescimento de Igreja nenhuma estratégia é mais eficaz que todos os outros valores que lhe são peculiares. Daí o fracasso de todos aqueles que trocaram esses valores por apenas mais um método. Houve até quem fizesse encontros para ganhar dinheiro.
No início, e provavelmente ainda hoje, são proferidos alguns chavões de promoção e empolgamento que não são diferentes das outras estratégias de marketing que muitas Igrejas hoje usam. Recentemente um amigo meu disse-me que "as Igrejas podem sobreviver sem Jesus e sem o Evangelho mas não podem sobreviver sem um bom marketing", é uma ironia com uma pitada de verdade, claro. As Igrejas que adoptaram a estratégia dos 12 não são diferentes das outras em quase todos os desafios, oportunidades e dificuldades.
Doutrina G12.
Mas qual doutrina G12? Se você quiser aprender sobre o G12 o normal que qualquer pessoa é faz é acerca-se de uma igreja que esteja neste modelo e mostram-lhe tudo o que têm. No entanto você descobre alguma coisa que não concorda e agarra-se a isso e depois mistura G12 com a doutrina da comunidade que foi "investigada".
Houve alguns excessos no empolgamento no início e algumas frases mal interpretadas e aproveitados de imediato pelos que gostam do despesismo, mas também houve evolução. O sistema nasceu como Modelo dos 12 e depois mudou para Governo dos 12 (G12), a meu ver uma tentativa de uniformização do modelo que não foi adiante, porque as Igrejas são autónomas no seu Governo e perfil teológico. Portanto, até na questão de "sub-produtos" da estratégica há flexibilidade, evidenciando-se isso mais em Manaus. Este facto resolve de vez a questão doutrinária: se o G12 tentasse adoptar um perfil teológico e isso passasse a ser um qualquer pilar para a sua existência, ou uma denominação, soçobraria.
Ainda, relativamente a frases feitas, algumas dotadas de alguma sobranceria e outras muito mal construídas, na verdade entendo-as como uma espécie de "código de linguagem" que se foi desenvolvendo internamente. Eu sei decifrar esses códigos e pôr de parte essas infracções porque reconheço no G12 um valor muito superior. Mas quem está de fora não. Nem tem a obrigação de tolerar isso e reconheço-lhes o direito de contestar esses "absurdos" e excessos.
Aqui os líderes do G12 falham em não cuidar dessa aparente arrogância remetendo-se ás suas razões e argumentando com os frutos. Bem sei que não há uma intenção deliberada de demarcação do "resto do mundo" mas podia ser usada mais inteligência para resolver isso. Por outro lado entendo que a mentira é tanta e os "encontros de alienígenas" são uma realidade que não se pode controlar, que passar tempo a rebater cada detalhe produz um desgaste sem fim e inútil.
Como pontos fracos preciso de referir a propensão para alguns líderes se excederem em independência excessiva. O desejo de fazer tanto e crescer conduz a alguns excessos de autonomização que podem por em causa a coesão da Igreja. Contudo a vantagem, pelo que se vê, os grandes edifícios têm uma estrutura muito pesada e ás vezes mais vale rachar, nem que seja para se descobrirem algumas verdades.
Ainda, assisti a alguma exclusão de pessoas pela sua incapacidade de não terem potencial para um líder promissor, ou seja, tal pessoa colocaria em causa o crescimento do grupo. Aqui assoma uma vaidade tipo "a minha célula é a melhor" mas depois vê-se que está tudo podre porque a capacidade de fazer discípulos não depende da muita instrução e elitismo dos seus membros mas da sua integridade como pessoas.
Depois da Escola de Líderes vem o Reencontro. Mais ministrações, especialmente na área da auto-estima, carácter e quebrantamento. Poderá ir ao Reencontro quem já é líder de célula, regra geral.
No Brasil, em Porto Seguro, ainda participei no Encontro de Levitas, uma variante do Ap. Terra Nova, com um foco especial no serviço na igreja e adoração a Deus. Na ocasião seguinte participei no Encontro de Líderes Nível I e por aqui me fiquei.
Em todo o envolvimento que presenciei, inclusive em Bogotá, e o meu envolvimento afincado até ter conseguido consolidar o meu grupo de 12, que por mudança da liderança da Igreja onde pertencia tive de suspender, NUNCA vi qualquer das acusações publicadas terem qualquer fundamento.
Posso, em alguns pormenores de organização ou posicionamento teológico do orador ter uma opinião diferente, mas esse confronto ainda hoje o tenho e pelos vistos sempre o terei. Por outro lado entendi que muitas barbaridades foram cometidas à sombra desta visão, mas por elas não se pode responsabilizar os seus principais mentores da América do Sul: César Castelhanos, Valnice Milhomens e Terra Nova. Antes pelo contrário, as denunciavam publicamente.
Contudo, lamento o oportunismo de muitos que conseguiram encontrar em situações pontuais, que nada tem a ver com esta "visão", uma razão para a sua promoção pessoal. Faz lembrar o aproveitamento dos meios de comunicação social que gostam de explorar detalhes provocando uma generalização massiva. Os discípulos de Jesus também embarcaram algumas vezes neste juízo preconceituoso, portanto só nos resta entender que os discípulos de hoje também o façam porque a sua natureza é a mesma, a aprendizagem é que foi pouca.
Igreja
(igreja é igreja, é um organismo, não uma organização)
Em células
(grupos pequenos, que ninguém contesta a sua validade)
No modelo
(um sistema, um governo, um método, uma estratégia, até "propósito" cabe aqui)
Dos 12
(a visão final é que cada crente ganhe pessoas para Jesus e seja um discipulador de pessoas, no mínimo)
Outra questão.
Por outro lado o que seria o G12 sem teologia, sem princípios cristãos, sem valores, sem Bíblia? Um negócio de multinível, convenhamos.O que se ministra em Encontros, Conferências e Convenções? G12? Claro que não!
G12 é, repito, um modelo de governo, uma estratégia, uma forma metódica de pôr uma igreja em movimento, por conseguinte, ele sozinho, muito pobre. Para apresentar este modelo, num encontro, basta meia hora.
A riqueza de um Encontro, conferência, Convenção está na Palavra, na edificação do corpo, nos testemunhos, nos milagres. Isso é que é importante e que edifica.
Assim se percebe porque houve muitos fracassos na aplicação desta estratégia, como haverá em qualquer outra que surja. Houve quem valorizasse mais o G12 que os valores bíblicos e o que não é de Deus extingue-se põe si próprio, não sem primeiro causar estragos, claro.
Agora, se a palavra quiser dizer:
Doutrina do PSD
Doutrina da Cruz Azul
Doutrina da Federação Portuguesa de Futebol
Então também teremos "Doutrina do G12"
Contudo, houve coisas que não funcionaram bem. Edison não conseguiu acender a lâmpada à primeira tentativa. Houve líderes que se precipitaram, excessos de empolgamento como que se tivesse descoberto o segredo para ganhar o mundo todo em pouco tempo.
Lembro-me que a certa altura discutíamos se se devia "adoptar" a visão ou "adaptar" a visão. Hoje, para mim, nem uma nem outra. Se hoje recomeçasse um projecto do género começá-lo-ia sem prazo para o terminar: primeiro a minha célula, depois isto, depois aquilo. Engolir células, encontros, reencontros, escola de líderes, reuniões disto e daquilo, tudo de uma vez só, foi peso demasiado para carroças demasiado frágeis. O importante para mim seria consolidar discípulos e não provar a quem quer que fosse que sou muito competente para aplicar um método. Essa corrida doida resultou mal, de facto em alguns casos.
Muitos líderes nesta visão já reconheceram isto e penso que chegou a hora da reconciliação. Pode acontecer que muitos insistam em usar mal esta estratégia e contribuir para mais confusão. Mas para procurar confusão basta abandonar esta leitura e abrir outro separador na internet.
Frases e chavões tipo "uma estratégia que nasceu no coração de Deus à 2000 mil anos atrás" são daquelas que os líderes nesta visão podiam acautelar. Bem explorada, esta frase pode querer dizer que tudo o que Deus fez até ao aparecimento do G12 não teve qualquer valor porque o que Deus queria era uma estratégia como o G12. Depois não se pode estranhar que este tipo de afirmações venha para o topo de certos artigos.. O efeito seguinte é que pessoas mais bem preparadas teologicamente contestam estes disparates com veemência, acabando por ser também os próprios líderes do G12 a por em causa este extraordinário projecto que com unhas e dentes tanto defendem. O "espírito" da frase quer dizer que Jesus mandou fazer discípulos mas a falta de discernimento na colocação de certas palavras e depois resulta na confusão que se vê.
Existem inúmeros exemplos destes. Os líderes do G12 cresceram em grande quantidade e muito depressa, e além de alguns se sentirem muito importantes com as coisas que dizem são também muito mimados para que a auto-estima deles se mantenha num nível motivacional acima da média. É de compreender portanto que a árvore começou a dar fruto muito depressa e as raízes ficaram fracas, mas também me tenho apercebido que tem havido uma evolução positiva e estranho que os críticos não tenham evoluído também.
Faço votos para que que todas as lideranças juntem à vontade que têm de fazer discípulos, não apenas muito conhecimento, mas ENTENDIMENTO.
Difundir nos mais variados suportes de comunicação comentários e críticas contra irmãos não é "evangélico". Evangelho é Boa Nova. Propagar a "má-nova" não sei que nome tem. Os que propagam a "má-nova" estão como os que quiseram, ou querem, se aproveitar desta estratégia para promoção pessoal e são do mesmo modo censuráveis. Tendo ainda em conta o direito legítimo de confrontar a diferença, é a linguagem usada e o ajuizamento que fazem perder as estribeiras de todos. E salvaguardo que não me refiro a qualquer livro em particular mas a toda essa parafernália de comentários cínicos e a maioria deles infundados, ou no quadro da irracionalidade que já expliquei.
Penso ainda que criticar estratégias de crescimento é uma absoluta perca de tempo e um entretém de coisas muito mais sérias que mereciam correcção, a saber, a falta de prestação de contas financeiras que por aí abunda por muitos lugares. E para mim não basta prestar contas a 12 sendo que ainda é pior prestar contas a 10, como é o caso daqueles que têm nos seus corpos gerentes 11 pessoas, ou ainda menos.
Meus queridos amigos. Para permitir que o meu coração fale e quem quiser que aceite ou critique, mas o que me parece é que as "igrejas" que gostam de show são feitas da farinha do mesmo saco, sejam G12 ou não. Basta olhar para os seus sites a apreciar as fotografias. Multidões. Mostram multidões que é para atrair mais multidões, mas se quero ver alguma obra, dá trabalho que farta para a encontrar. Pergunta: Se já conseguiram esses bonitos templos e essas multidões para onde vai o dinheiro agora? Acabaram-se os desafios?
E por favor não me atirem areia para os olhos a dizer que ajudam meia dúzia de famílias com comida e roupa usada. Mostrem-me fotografias dignas que superem em tamanho as multidões que exibem.
Jesus disse "ide e fazei discípulos" e desafiou-nos a dar "muito fruto". Mas eu tenho um recado do Espírito: "Eu conheço as tuas obras!" E quem conhece esta passagem, entenda-a também. Ap. 2:2-7
Quando uma Igreja se perde em luxo e extravagância deixando para trás os seus profetas a falar sozinhos, perde a razão de sua existência e passa a constar como mais um monumento de ostentação, seja do G12 ou não. Isso é que me preocupa.
"Ele te declarou, ó homem, o que é bom; e que é o que o Senhor requer de ti, senão que pratiques a justiça, e ames a benevolência, e andes humildemente com o teu Deus?" Miqueias 6:8
Esta é a imagem que tenho do G12. Poderia ser melhor? Sim. Mas seria preciso que não fosse gerida por humanos.
"Tendo o vosso procedimento correcto entre os gentios, para que naquilo em que falam mal de vós, como de malfeitores, observando as vossas boas obras, glorifiquem a Deus no dia da visitação." 1Pe 2:12
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