Na minha jornada cristã tenho observado que no que toca "à
confusão" ela é, na maioria, das vezes provocada por homens e não por mulheres. Como
não fazemos doutrina ou prática de culto baseados num versículo apenas, vamos
espreitar o contexto e a época para formar a nossa opinião (não a nossa razão).
Todo o capítulo 14 o assunto é a ordem no culto, em especial no
que se refere à novidade dos dons do Espírito Santo e no que diz respeito também à decência na assembleia. A tónica dominante deste capítulo é a ordem no culto
e não qualquer outro problema com as mulheres. Portanto, a preocupação de Paulo no contexto e ensino de todo o capítulo não é que a “mulher fale na igreja”, o
problema é a falta de decência generalizada na assembleia. E se não fosse assim, no mesmo livro, no Cap. 11:5, não encontraríamos
menção ao facto de as mulheres a orarem e profetizavam em público.
Ainda, convenhamos que havia outros assuntos na ordem do dia
para além da liturgia da época e que eram obviamente as questões relacionadas
com o cumprimento das profecias no que diz respeito a Jesus de Nazaré e a Sua revelação
como O Messias, a Sua ressurreição, a manifestação sobrenatural do Espírito
Santo e os próprios ensinos dos Apóstolos. Esses eram temas mais que
suficientes e propícios para um burburinho fora do habitual.
Se juntarmos o facto de que os lugares onde os crentes se
reuniram estavam “à pinha” e que as mulheres estavam separadas dos homens, então
é fácil de perceber as imensas interrogações sobre os diferentes assuntos da
actualidade que assaltavam a todos. O motivo da exortação pode ter sido o
resultado de uma reunião confusa numa sinagoga onde teríamos as mulheres numa
galeria a interrogarem-se umas às outras sobre o que se tinha falado lá em
baixo. Assim sendo, se faz favor, estejam caladas e “interroguem em casa os seus
maridos”.
Mais longe no tempo temos uma Juíza, Débora, que para o
exercício da sua responsabilidade não teria alternativa senão o de falar em
assembleias e mesmo exercer autoridade sobre homens. Não consta, relativamente
a Débora qualquer condenação ao exercício das suas funções. O texto de Juízes, capítulo 4, é particularmente pertinente nesta questão porque relata precisamente um
episódio em que Débora dá ordens a Baraque e desafia o seu temperamento frouxo de
liderança para que tome uma acção. É relevante considerar o entendimento sobre a
capacidade e eventual reconhecimento da autoridade de uma mulher no tempo da
Lei.
Relativamente à consagração de “pastoras” não temos no nosso ministério um histórico de mulheres que se tenham revelado com as características necessárias a esse reconhecimento. Também, entendemos que, uma mulher não é pastora por ser esposa de pastor. Ainda, no nosso sistema de formação de líderes a mulher não é consagrada só porque frequentou um curso de teologia (tão pouco os homens). Temos, ao contrário sim, em muitos lugares, homens que depois de consagrados não se revelaram pastores e foram um completo desastre.
Lamentavelmente, assistimos a uma corrida desenfreada por protagonismo e
títulos por ambos os géneros e uma lacuna muito séria de autênticos discípulos
de Jesus, e servidores do próximo.
Reconhecemos, independentemente do género, todos os que se dedicam aos outros. Não
podemos considerar o seu título mais relevante que o seu serviço ou dedicação.
Edição posterior.
Este texto foi publicado em 2012 quando este blog estava associado à Igreja Conquistadores para Cristo em Fernão Ferro / Seixal. Na revisão de cada conteúdo editado mantemos os textos assim como o nosso percurso histórico.
Samuel Dias
Edição posterior.
Este texto foi publicado em 2012 quando este blog estava associado à Igreja Conquistadores para Cristo em Fernão Ferro / Seixal. Na revisão de cada conteúdo editado mantemos os textos assim como o nosso percurso histórico.
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